Empresário de Foz do Iguaçu conquista resultado surpreendente em competição nacional de saltos

O Campeonato Brasileiro de Saltos foi realizado na Sociedade Hípica Paranaense, em Curitiba, capital do Paraná. Haidar Hussein Haidar, de 40 anos, era o único iguaçuense entre os competidores de vários lugares do país.

O libanês, que trabalha com importação de vestuário, participou na categoria “Amador B”, formada por cavaleiros que não vivem do esporte, mas encontraram na equitação uma oportunidade de aliar paixão e desafio pessoal em uma única atividade.

E o que Haidar fez na pista foi algo mais do que desafiador. Foi uma surpresa para ele e para todos que acompanham a curta carreira esportiva do empresário. Ele vive, há 22 anos, na região da tríplice fronteira e há sete se encantou com a equitação, mas só decidiu competir a partir do ano passado.

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O caminho até o pódio foi marcado por muita superação. Para começar, o período de preparo foi bem menor que o necessário. Em janeiro deste ano, Haidar teve uma lesão em uma das costelas, o que o fez ficar longe dos treinos durante várias semanas.

Quando se recuperou e teve autorização médica para montar novamente, faltavam poucos dias para a principal prova de sua carreira. Mesmo assim, decidiu participar. “Tive apenas dois dias para testar se a dor iria me atrapalhar e percorrer um circuito parecido com que iria competir. Fiz cinco saltos e resolvi encarar”, contou o empresário.

A competição de saltos é dividida em três etapas, separadas em três dias diferentes. A categoria que o Haidar competiu tinha outros 11 participantes.

Para conseguir uma boa pontuação é preciso aliar velocidade na pista, equilíbrio e elegância na condução do animal, além de derrubar o menor número possível de obstáculos.

Cada falta compromete a classificação final nesse esporte, onde a nota zero significa a perfeição, pois indica que nenhum erro foi cometido.

No primeiro dia, a falta de preparo causada pela lesão na costela pesou para o competidor iguaçuense. Haidar só conseguiu a quinta colocação na prova. O segundo dia ainda foi longe do que o empresário libanês esperava, ficando na sexta colocação entre os atletas da categoria.

A redenção veio no terceiro e último dia. Era a última chance de brigar por um lugar no pódio. O retrospecto dos dias anteriores não era favorável e só uma volta perfeita colocaria Haidar no lugar onde ele desejava estar.

E ele conseguiu: Haidar e sua leal companheira, a égua Beladona Mystic Rose, superaram todos os obstáculos na pista, não cometeram uma falta sequer e fecharam o terceiro dia de competição com a tão sonhada nota zero.

A proeza permitiu um salto impressionante na tabela geral de classificação, deixando o quinto lugar para alcançar a segunda colocação e consequentemente a medalha de prata.

Haidar Hussein Haidar foi o único competidor a realizar uma volta perfeita, sem cometer erro algum. (Crédito Gabi Lutz & JC Markun)

Um feito impensável para quem, há poucos dias, sequer sabia se poderia competir. “O que mais me deixou feliz com esse resultado foi saber que eu consegui com esforço e mérito próprio, sem esperar o erro dos outros, mas apenas com minha dedicação e vontade de vencer”. O desempenho da égua Beladona Mystic Rose é resultado do trabalho do instrutor Jaerson Correa. O animal é de raça brasileira e foi criado no haras Rosa Mystica.

O Campeonato Brasileiro de Hipismo foi realizado entre os dias 22 e 24 de março. Agora, Haidar se prepara para mais uma competição nacional, também em Curitiba. A prova será entre os dias 24 e 28 de abril. O objetivo é conseguir mais uma boa colocação para subir no ranking nacional da categoria.

Paixão de filha para pai

A história que marca a paixão do Haidar pela equitação destoa um pouco da tradição em que filhos se inspiram nos pais para seguir uma modalidade esportiva. No caso da família Haidar, foi a filha, Hayan, então com cinco anos de idade, que começou a praticar a equitação.

Quando o pai passou a acompanhar as aulas da filha, percebeu que aquele esporte também era para ele e resolveu investir pesado na nova paixão.

A família comprou uma área de terra de aproximadamente 29 mil metros quadrados, com mata nativa e nascentes de água, e a transformou em um Centro Equestre.

O espaço já existe há 7 anos. Hoje abriga 15 animais de vários donos diferentes que recebem alimentação, hidratação, cuidados higiênicos e utilizam a estrutura para se preparar para competições.

Empresário superou lesão na costela para conquistar segundo lugar no Campeonato Brasileiro de Saltos. (Crédito Gabi Lutz & JC Markun)

O Centro Equestre HP Horsinho também funciona como uma escola de equitação, na modalidade salto, para crianças a partir dos 2 anos de idade. Atualmente são 45 alunos, que participam desde as etapas iniciantes até as competições de alto nível.

A escola também oferece atendimentos de equoterapia, um método terapêutico que utiliza os cavalos para auxiliar no desenvolvimento de habilidades motoras e biopsicossocial de pessoas com algum tipo de necessidade especial.

com informações do Diário de Foz, parceiro do Busão Foz