Brasil devolve à Argentina mais de 20,4 mil litros de azeite

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) devolveu às autoridades da Argentina, em Puerto Iguazú, mais de 20,4 mil litros de azeite de oliva falsificado, que foram interceptados durante uma fiscalização sanitária de Foz do Iguaçu.

O retorno do produto ao país de origem foi definido pelo órgão após análise laboratorial revelar que se tratava de óleo lampante, impróprio para o consumo humano.

A apreensão de galões com óleo argentino é uma das principais ocorrências dos órgãos de segurança durante operações e nos postos de fiscalização da BR-277.

O chefe do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do Paraná (SIPOV/PR), Fernando Mendes, informa que o azeite de oliva só pode ser extraído da oliveira. “A adição de qualquer substância ao azeite já configura fraude”, advertiu ele, em entrevista ao Canal Rural.

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Segundo o governo, empresas clandestinas, em busca de lucro fácil, frequentemente utilizam óleos não comestíveis como o lampante para adulterar o azeite de oliva, colocando em risco a saúde da população.

Usado como combustível para lamparinas, o lampante é caracterizado por alta acidez, sabores estranhos e impurezas.

O consumo dele pode ocasionar diversos problemas de saúde, como náuseas, vômitos, diarreia e até mesmo intoxicação alimentar. O Brasil está entre os países que mais consomem azeite no mundo e importa em média 100 milhões de litros por ano. A produção nacional é bastante incipiente e resulta em pouco mais de 500 mil litros/ano.

O Departamento de Inspeção de Origem Vegetal da Secretaria de Defesa Agropecuária, coordenado e fiscalizado pelo Mapa, é responsável por classificar e certificar produtos importados de acordo com o padrão oficial para a classificação vegetal de alimentos e produtos de origem vegetal.

O órgão estabelece procedimentos operacionais para a importação de azeite de oliva e óleo de bagaço de oliva. Utiliza critérios de risco para selecionar processos de importação que devem ter amostras coletadas para análise laboratorial.

“Por este motivo, 100% das cargas de azeite de oliva importadas a granel, consideradas de alto risco para fraudes, têm amostras coletadas pela fiscalização federal agropecuária e enviadas ao laboratório do Mapa para análise físico-química e sensorial, garantindo assim a qualidade destes produtos no mercado nacional”, acrescentou Fernando Mendes.

Descaminho

O azeite de oliva de origem argentina, transportado em galões, é um dos itens mais apreendidos pelos órgãos de segurança no município e nos postos de fiscalização na BR-277, principal ligação rodoviária no acesso a região da Tríplice Fronteira. O produto, encontrado em meio a outras mercadorias contrabandeadas, é repassado a Alfândega da Receita Federal em Foz do Iguaçu.

Nos dias 08 e 09, equipes de fiscalização realizaram abordagens na BR-277, próximo ao posto da Polícia Rodoviária Federal em Céu Azul, resultando na retenção de veículos. Em uma dessas ações, encontravam-se dois ocupantes brasileiros transportando uma variedade de produtos, incluindo eletrônicos, acessórios diversos, celulares, carretéis de linha de pesca e galões de azeite com destino à Campo Mourão (PR). O valor estimado das mercadorias é de R$ 20 mil.

Na madrugada da última sexta-feira (5), por volta das 04:30h, equipes da RF realizaram abordagens a diversos veículos na praça de pedágio de São Miguel do Iguaçu.

O resultado dessas ações foi a apreensão de três veículos, um deles, com placas de Foz do Iguaçu, estava carregado com vinhos de origem argentina, e mais dois carros, ambos com placas de Jaú (SP), viajando em conjunto carregados com azeite de origem argentina. Na madrugada dos dias 2 e 3, mais dois veículos foram apreendidos levando entre outros azeite vinhos da Argentina.

Segurança na escolha dos azeites de oliva

O Mapa recomenda aos consumidores os seguintes cuidados para evitar produtos falsos:

• Desconfiar de preços muito abaixo da média de mercado.
• Consultar a lista de produtos irregulares apreendidos em ações do Mapa.
• Evitar comprar azeite a granel.
• Conferir a data de validade e os ingredientes contidos no produto.
• Optar por produtos com data de envase mais recente.

com informações do Diário de Foz, parceiro do Busão Foz