Deputado Goura (PDT) leva sugestões ao BNDES para o novo contrato de concessão do transporte coletivo de Curitiba

Preocupado com o futuro do sistema de transporte coletivo público de Curitiba, que terá nova licitação no 3º trimestre de 2025, o deputado estadual Goura (PDT) reuniu-se em Brasília (DF), nesta quarta-feira (17), com o diretor de Planejamento e Estruturação de Projetos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), Nelson Barbosa Filho, para tratar do contrato assinado entre o banco e a Prefeitura de Curitiba para a formatação do novo modelo de concessão que definirá o edital de licitação.

Goura alertou que é preciso que o contrato entre o BNDES e a Prefeitura de Curitiba para o novo modelo de concessão leve em conta a implementação de algumas políticas contemporâneas que têm sido aplicadas no Brasil e no mundo para aumentar a adesão ao transporte público. “Como, por exemplo, ter no horizonte a implantação da tarifa zero no sistema de transporte de Curitiba e Região Metropolitana”, disse.

O deputado protocolou junto ao BNDES um requerimento no qual descreve todas as sugestões e críticas ao processo de discussão do novo modelo de concessão do transporte coletivo de Curitiba. “O diretor Barbosa Filho se mostrou bastante sensível às questões colocadas e se manifestou favorável que elas sejam analisadas e se possível atendidas”, disse Goura.

Transparência e participação popular

“O mais importante é que nesta fase do contrato entre o BNDES e a prefeitura haja controle social, que o processo seja feito com a maior transparência e participação popular possíveis”, afirmou Goura logo após a reunião, que contou também com a participação de Marina Gama, chefe de Departamento de Relacionamento com o Governo e Arian Bechara, chefe de Departamento Área de Estruturação de Projetos.

“Além de transparência, nós queremos que a nova concessão do transporte coletivo preveja a redução da tarifa, a modicidade tarifária, que pense na integração a um Sistema Único de Mobilidade (SUM), que está em discussão no Congresso Nacional, que contemple a prioridade aos usuários, que considere a mobilidade como um serviço e tenha a intermodalidade e a integração temporal como princípios”, destacou o deputado.

“Curitiba atualmente tem a tarifa mais cara entre as capitais do país, e os últimos aumentos têm sido realizados em patamar acima dos principais índices inflacionários do mesmo período. A nova concessão tem que mudar essa realidade. Precisamos que o transporte coletivo seja muito mais barato ou mesmo de graça”, afirmou o deputado.

Contrato prefeitura BNDES

Goura lembrou que o contrato entre a Prefeitura de Curitiba e o BNDES prevê a restruturação e modelagem do novo projeto de concessão, com prestação de serviços de consultorias e diagnóstico da rede integrada de transporte.

“O próximo prefeito de Curitiba terá essa enorme responsabilidade de conduzir a nova licitação que irá definir a nova concessão. Por isso, essa discussão é tão importante neste momento pré-eleitoral. O transporte coletivo será tema central nessas eleições municipais”, disse ele.

Goura justificou a reunião com a diretoria de Planejamento e Estruturação de Projetos do BNDES como de extrema relevância. “Nós trouxemos essa grande preocupação ao BNDES destacando a enorme responsabilidade desse contrato com a Prefeitura de Curitiba prever redução da tarifa, conforto e segurança aos usuários, a intermodalidade e que com isso tenhamos um aumento no número de passageiros.”

“Só assim a gente poderá ter de fato um sistema de transporte coletivo público sustentável de verdade e não só na propaganda. Mobilidade sustentável tem que prever o incentivo ao uso da bicicleta e ao desuso do automóvel”, complementou Goura.

Goura lembrou que também sugeriu a implantação de bilhete único, com planos diferenciais, podendo ser semanais, mensais ou anuais; o desenvolvimento de aplicativo próprio e gratuito voltado às informações de itinerários e integração intermodal e a utilização de outros modais, como os trólebus e VLTs, em alternativa aos ônibus movidos a combustão ou a bateria.