18 coisas que você precisa saber sobre mudanças climáticas e saúde

A audiência pública “Mudanças Climáticas e os Impactos nos Sistemas de Saúde”, promovida pela deputada estadual Márcia Huçulak (PSD) na quinta-feira (04/04) trouxe várias informações, análises e dados importantes sobre o tema. (Saiba mais)

A saúde é uma das áreas mais afetadas pelas alterações em curso.

Veja alguns destaques do que foi apresentado no encontro:

Márcia Huçulak, deputada estadual (PSD), ex-secretária de saúde de Curitiba.

• “Na minha vida pública aprendi que a sociedade está preparada para lidar com as consequências. Deu uma enchente, vai lá e ajeita as coisas. Isso é importante, precisa fazer. Mas precisamos pensar como evitar a enchente.”

• “As políticas públicas mais afetadas pelas mudanças climáticas são as de saúde. Enchente, por exemplo, traz mais leptospirose, gastroenterites, além de perda de domicílios…”

Wilson Flavio Feltrim Roseghini, professor doutor do departamento de Geografia e diretor do Laboratório do Clima da UFPR.

• Em 1995, 31,4% dos municípios brasileiros registravam infestação do mosquito Aedes aegypti (transmissor da dengue); em 2014 já eram 81,3% e em 2021, 89,9%. O aumento da incidência é atribuído à elevação da temperatura.

• As principais condicionantes socioambientais responsáveis pela disseminação e manifestação da dengue são: clima, fluxo da população, a circulação de sorotipos, o modo de vida da população, a ineficiência das políticas públicas, o descaso com as situações de risco e vulnerabilidade à doença.

Antônio Felipe Paulino de Figueiredo Wouk, médico veterinário, professor aposentado dos cursos de Medicina Veterinária da UFPR e da PUCPR, doutor em biologia animal.

• Análise de risco feita pelo Banco Mundial coloca o clima como o principal problema do planeta. O segundo é a desinformação.

• “As alterações no clima produzem mudanças nos ciclos de vida dos vetores de doenças, nos patógenos, assim como nas doenças.”

• “Os vírus [transmissores de zoonoses que afetam os seres humanos] não respeitam fronteiras.”

• “Só uma abordagem colaborativa pode mitigar o impacto das mudanças climáticas na saúde. Isso é uma estratégia de sobrevivência.”

Alcides de Oliveira, médico, diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba.

• Metade das doenças respiratórias e 60% das doenças respiratórias agudas estão associadas à poluição ambiental, ocasionando em torno de 1,2 milhão de mortes por ano no mundo.

• “O calor extremo é um problema de saúde claro e crescente, sendo urgentemente necessários planos de adaptação baseados em evidências para evitar mortes.”

• “O impacto das mudanças climáticas na saúde é incontestável e já nos afeta diariamente.”

José Alvaro Carneiro, diretor-geral do Complexo Pequeno Príncipe.

• “A sociedade global não está cumprindo o acordo de Paris e as perspectivas não são boas. Precisamos provocar uma alteração para que se alerte sobre isso [gravidade das mundaças climáticas].”

• Muitos cientistas já trabalham com um aumento de 4ºC para o ano 2100.

Mário Antônio Navarro da Silva, professor titular do departamento de zoologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

• Transmissores da dengue. Em média, o índice de adequação de temperatura para Aedes albopictus é cerca de 42 vezes maior do que para Aedes aegypti. Isso significa que a adequação seja muito maior para Aedes albopictus. É preciso colocar atenção nele também.

• O mosquito tem uma história de mais de 172 milhões de anos. Qual mosquito? São mais de 3.000 espécies. Mas as pessoas conhecem só o mais famoso deles, o Aedes aegypti.”

• “O mosquito é uma máquina biológica extremamente eficiente.”

• “Estamos fornecendo condições superadequadas para o mosquito se proliferar.” Hoje, ele  vive mais e se prolifera mais rápido. A longevidade da fêmea do mosquito Aedes albopictus é de 19 dias a uma temperatura de 15°C e de 61 dias a 20°C.

Beatriz Battistella Nadas, secretária municipal de Saúde de Curitiba.

• “É muito importante tratarmos o assunto sob as óticas da responsabilidade, da solidariedade e do civismo, para assim termos uma população mais saudável e feliz.”