15% dos internados com Covid-19 em Foz do Iguaçu informam endereço que não existe. Paraguai é origem mais provável

O índice de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e de Enfermaria segue alto na rede de atenção aos pacientes do novo Coronavírus (Covid-19) em Foz do Iguaçu.

Na sexta-feira (2), das 125 UTIs disponíveis, 115 estavam em utilização (92% do total) e dos 89 leitos de Enfermaria, 57 estavam em utilização (64% no total) e o município já registrou 662 óbitos em decorrência da Covid-19.

Mesmo com o índice próximo do limite de ocupação, pelo menos 15% dos internados no Hospital Municipal Padre Germano Lauck informam endereço no Brasil onde não residem ou que sequer existem, segundo informou a secretária municipal de Saúde, Rosa Maria Jeronymo.

“Foi feito um trabalho através dos agentes comunitários de saúde, que eles fossem até essas residências para confirmar endereço, se tinha mais alguém da família contaminado, enfim, fazer um rastreamento mesmo”, relatou a secretária.

“E nós identificamos cerca de 15% daquelas pessoas não residiam no endereço informado, e oito casas que foram visitadas nem existiam o endereço”, ressaltou Rosa, em entrevista a RPC Foz do Iguaçu.

Na reportagem, sobre moradores do Paraguai que buscam atendimento em Foz do Iguaçu, a Prefeitura informa que vai aumentar a fiscalização nas barreiras sanitárias na Ponte Internacional da Amizade, que une Brasil ao país vizinho.

De acordo com o diretor do Hospital Municipal, Sérgio Fabris, alguns pacientes chegam em estado grave na cidade.

“Por exemplo, nós identificamos um paciente que, infelizmente, foi a óbito, que chegou na UPA em óbito em uma ambulância de Hernandarias, do Paraguai. Então essas coisas ainda existem. São brasileiros que são de lá [Paraguai] que ainda buscam o nosso serviço”, disse.

Contenção
Desde março, barreiras foram montadas para evitar que moradores do Paraguai circulassem por Foz do Iguaçu sem apresentar um teste negativo para Covid-19.

A fiscalização também foi autorizada a barrar ambulâncias do país vizinho se o paciente não tivesse uma vaga disponível na cidade.

“Nós temos feito a barreira sanitária, mas eu acredito, pelo que estamos vendo, que acaba escapando algumas pessoas. Ontem, inclusive, na nova reunião do comitê, nós definimos que nós iríamos endurecer um pouco mais em relação às barreiras porque a gente precisa realmente evitar que as pessoas contaminadas circulem na nossa cidade”, disse a secretária.

Coronavírus na fronteira
De acordo com o médico pneumologista Carlos Pallarolas, do Hospital Regional de Cidade do Leste, no Paraguai, a situação no município é grave.

No hospital, todos os 34 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e os 12 de reanimação que tem estrutura semelhante a uma UTI estão ocupados.

Na enfermaria a realidade também é de lotação nos 102 leitos. Além disso, há pacientes internados em cadeiras.

com informações do CabezaNews, parceiro do Busão Foz