O estado de preocupação e vigilância trazidos pela disseminação do novo coronavírus pode resultar no aumento do abandono de animais. O alerta é da Rede de Proteção Animal da Prefeitura de Curitiba.
“Infelizmente isso acontece sempre que um cenário de dificuldades se apresenta, por que as pessoas passam a priorizar outras demandas”, confirma o diretor de Pesquisa e Conservação da Fauna da Secretaria do Meio Ambiente, Edson Evaristo.
O fato foi observado em outros lugares do mundo que tiveram a disseminação do vírus antes do Brasil. “E queremos evitar que o crescimento do abandono por aqui”, reforça o diretor.
Abandonar animais é crime caracterizado pela Lei Federal n°9.605/1998 e infração ambiental municipal passível de multas (Lei 13.908/2011).
Tutor doente
Em casos extremos, como o do adoecimento do tutor, que precise fazer quarentena ou ficar internado em razão da infecção pelo novo coronavírus, é recomendado deixar o animal sob os cuidados de alguém de confiança ou em um local especializado neste tipo de serviço.
Assim, sem que haja o abandono, ficam garantidos os cuidados para o bem-estar do pet.
Despesas extras
Algumas pessoas perdem parte ou toda a renda em momentos como os que a sociedade vive e, além de amor, carinho e atenção, os animais requerem cuidados que acarretam em despesas, especialmente quando vão ficando mais velhos.
“Essa é uma grande causa de abandono. Animais bastante idosos ou com doenças crônicas, que demandam cuidados especiais”, observa o diretor Edson Evaristo.
Para ajudar nessa questão, há hospitais veterinários de universidades e clínicas veterinárias com serviços solidários na cidade que costumam atender, com melhores preços e condições de pagamento, animais de pessoas em vulnerabilidade social.
Na linha de cuidados preventivos, a Prefeitura de Curitiba oferece, em parceria com a Residência em Medicina Veterinária da Universidade Federal do Paraná (UFPR), orientação para a guarda responsável de cães e gatos, avaliação de saúde, vacinação, vermifugação, controle de ectoparasitas e encaminhamento para a castração.
O serviço já possibilitou, desde 2018, o atendimento para mais de 8,2 mil cães e gatos da população curitibana.
Companhia em tempos de isolamento
O mais importante é lembrar que não há quaisquer indícios de que os cães e gatos transmitam ou possam ser infectados pela covid-19. Então, as famílias podem e devem ficar com os seus pets em casa, tomando os cuidados necessários antes e depois dos passeios ao ar livre.
“E já está mais do que comprovado que eles são ótimas companhias, especialmente em tempos de isolamento social”, observa Evaristo.
E que tal adotar um amigo?
O tempo maior em casa também favorece a adoção de um cão ou gato. “Pode ser uma oportunidade interessante para ajudar o pet a se adaptar ao novo ambiente”, diz o diretor de Pesquisa e Conservação da Fauna.
No Centro de Referência para Animais em situação de Risco (Crar), há mais de 35 pets já desverminados, vacinados, castrados e microchipados.
Para evitar deslocamentos desnecessários, Centro oferece a opção de conhecer os animais pelos posts da página da Rede e agendar a visita para confirmação da adoção e retirada do pet no Crar. A clínica veterinária contratada pelo Município para auxiliar na promoção da adoção de animais disponibiliza um número de WhatsApp para auxiliar na escolha dos animais (41 99963-0233).
Para efetivar a adoção será necessário apresentar documentos pessoais, comprovante de endereço e assinar um termo de compromisso no ato da retirada do animal. O Crar fica na Rua Lodovico Kaminski, 1.381, na CIC.