Pandemia causa menos impactos negativos a jovens paranaenses, aponta pesquisa

Levantamento do Espro constata que eles têm se saído melhor no trabalho e na educação em relação a entrevistados de outros Estados, mas saúde mental ainda preocupa

A pandemia trouxe dificuldades para os adolescentes e jovens do Paraná, mas eles têm sentido menos os impactos negativos da Covid-19 em sua vida familiar e profissional em relação a colegas de outros Estados.

É o que revela pesquisa nacional realizada pelo Espro (Ensino Social Profissionalizante), instituição filantrópica sem fins lucrativos, feita com 13.619 entrevistados de 18 Estados do país, mais o Distrito Federal. O levantamento mediu diferentes aspectos da vida dos entrevistados em cinco momentos do ano passado, do início da pandemia (abril) até os primeiros anúncios concretos de vacinas contra a doença (novembro).

Entre os temas abordados estão informações e preocupações com a Covid-19, medidas de proteção utilizadas, bem-estar, emprego e estudos. No Paraná foram ouvidos de 77 a 339 entrevistados para cada uma das cinco fases da pesquisa, totalizando mais de 1.050 respondentes. O recorte comparativo entre PR, MG, SP, RJ é o da última onda da pesquisa, em novembro, com uma média de 200 respostas.

“Entre os Estados que mais participaram do levantamento, Paraná mostra que seus jovens têm enfrentado melhor a pandemia sob o ponto de vista da economia de casa e dos estudos. Ainda assim, ainda vemos angústia sobre ambos os temas, além de enorme preocupação com a saúde dos familiares”, afirma Alessandro Saade, superintendente executivo do Espro, que em 41 anos de existência já encaminhou mais de 315 mil jovens aprendizes para o primeiro emprego.

Dados

De acordo com o levantamento, em comparação com os jovens de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, os paranaenses são os que menos ficaram sem estudar (29,5%, contra média de 43,2%), os mais orientados por seus empregadores a aguardar em casa a normalização da situação (28,5%, ante média de 11,6%) e os que menos solicitaram o auxílio emergencial do governo (10,6%, versus 16,5%).

Do ponto de vista econômico, jovens paranaenses também relatam uma situação menos incômoda em relação a outros Estados: 31% das famílias tiveram perda de salário e/ou renda no ano passado, enquanto a média no Brasil foi de 41%.

Apesar dos impactos relativamente mais brandos da Covid-19 nas esferas do trabalho e da educação, a geração Z paranaense acompanha os resultados gerais ao relatar índices elevados de ansiedade (91,3%), cansaço (79,6%), estresse (77,8%) e desânimo (84,5%) devido aos efeitos da pandemia, além de ter sido um dos grupos que manifestaram maior preocupação com a possível morte de um familiar (69,3%).