Partidos que não conseguiram grandes resultados nas eleições deste ano terão que se movimentar para não caírem na chamada cláusula de barreira e perderem acesso aos recursos do fundo partidário e às propagandas em rádio e televisão.
Entre os que estão ameaçados, destaque para o PSOL, de Guilherme Boulos, a Rede, de Marina Silva, e o PCdoB, de Manuela D’Ávila. As três legendas têm posições ideológicas relevantes, mas podem ver seus projetos morrendo se não encontrarem uma forma de ganhar representatividade.
Uma das estratégias possíveis seria a fusão com algum partido maior para evitar que a legenda fique pelo meio do caminho, mas a pulverização observada nas eleições pode dificultar essas alianças. Como a coluna mostrou, partidos que conseguiram se unir ganharam força no segundo turno, mas as legendas que se mantiveram sem posição definida perderam visibilidade.
Segundo determina a cláusula de barreira, a partir de 2022, só terão direito ao fundo partidário e às propagandas os partidos que obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 1% dos votos válidos em cada uma delas; ou que elegeram pelo menos onze deputados federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da federação.
Fazendo a análise do percentual de votos recebidos para o cargo de vereador em todo o país nas eleições municipais, que não são levadas em conta, o PCdoB conseguiu 1,7% dos votos, o PSOL alcançou 1,6% e a Rede teve apenas 0,7%. O partido com maior percentual no gráfico, elaborado pelo cientista político Jairo Nicolau, é o MDB, com 8,4% dos votos. PCdoB e Rede já tinham sido afetados em 2018.
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