Ministério da Saúde premia boas práticas no combate à covid-19

O Ministério da Saúde realizou hoje (16) uma cerimônia para premiar experiências de boas práticas no combate à covid-19 na atenção primária à saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Batizada de APS Forte no SUS – no combate à Covid-19, a iniciativa reuniu 1.471 experiências em todo o país, sendo que duas receberam menção honrosa e 19 foram consideradas de excelência.

A iniciativa, promovida pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) no Brasil e pelo Ministério da Saúde, quer dar visibilidade às boas práticas desenvolvidas pelos profissionais que atuam no SUS. Foram premiadas ações como o teleatendimento; rastreamento de pacientes contaminados pelo novo coronavírus (covid-19); uso de rádios comunitárias para combater notícias falsas sobre a pandemia; criação de consultórios móveis para atendimento à grupos vulneráveis, a exemplo de idosos, população de rua e grupos LGBTQIA+, entre outras iniciativas.

Iniciativas

Na cidade pernambucana de Jaboatão dos Guararapes, o WhatsApp foi a ferramenta utilizada para manter o diálogo e realizar o acompanhamento de um grupo de travestis e transexuais pelos profissionais de saúde. A iniciativa garantiu o acesso à testagem, a equipamentos de proteção individual como máscara e álcool em gel, à renovação de receitas, à continuidade dos tratamentos de saúde e, sobretudo, a informações sobre a doença e orientações de outros programas sociais, como o auxílio financeiro emergencial.

Em Maceió, foi montada uma estratégia que envolveu o uso de consultórios móveis para atender à população que vive nas ruas. A estratégia envolveu desde o uso de garrafas pet com água para lavar as mãos dos usuários, até a busca de doações de material de higiene para as pessoas em condições de vulnerabilidade social. As equipes passaram a atender nos abrigos temporários criados para acolher os moradores de rua.

No Acre, um projeto de monitoramento e acompanhamento de idosos e pessoas portadoras de doenças crônicas foi implementado em 11 municípios (Acrelândia, Bujari, Brasileia, Capixaba, Feijó, Manoel Urbano, Porto Acre, Plácido de Castro, Santa Rosa do Purus, Sena Madureira e Tarauacá). O objetivo foi reduzir a incidência de transmissão, internações e óbitos pela covid-19.

As secretarias municipais de Saúde participantes utilizaram um formulário Google como sistema de informação online para registro de dados necessários para a realização de identificação de sintomas e monitoramento dos usuários pertencentes aos grupos prioritários identificados pelas equipes de Saúde da Família.

Como resultado, em média, três mil pacientes foram monitorados. Para não sobrecarregar a equipe responsável pelo monitoramento presencial e telefônico, foram destacados outros servidores para inserção dos dados no sistema de informação.

Em Caxias, no Maranhão, o WhatsApp também foi usado para auxiliar na prevenção e combate à covid-19. O município criou uma plataforma batizada de Teleconsulta Covid-19, utilizada para fazer teletriagem e teleatendimento da população. O objetivo foi prestar um atendimento inicial seguro para avaliar casos suspeitos, monitorar sintomatologia de síndromes gripais, orientar o diagnóstico e o tratamento do paciente, minimizando o risco de transmissão da doença com idas desnecessárias nas unidades de saúde. Além da população local, a iniciativa atendeu pacientes de outros estados, como o Ceará, Paraíba, Piauí e Pará.

Em alguns casos, as inovações passaram pela reorganização da gestão de Unidades Básicas de Saúde (UBS) para atender ao fluxo de pacientes com covid-19, como o realizado na cidade de Arapiraca, em Alagoas. O município realizou um projeto piloto com a readequação do processo de trabalho da equipe multiprofissional e também foi promovida uma reestruturação das medidas de segurança ao usuário e ao profissional de saúde.

Os profissionais também receberam treinamento em oxigenoterapia, acolhimento e realização de testes rápidos. Foi implantado um fast-track com alimentação digital para a triagem dos pacientes o que permitiu o acompanhamento da dinâmica dos atendimentos que ocorriam nas UBS por meio  de publicação de boletins.

Resposta do SUS

De acordo com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, os resultados mostram a resposta do SUS aos desafios impostos pela pandemia à manutenção e continuidade dos serviços de atenção primária à saúde.

“A pandemia da covid-19 mostrou a força dos SUS e dos profissionais que atuam na saúde do Brasil, disso todos nós sabemos. Mas o que precisamos ter sempre em mente são os momentos especiais em que esses profissionais brilharam e foram muito além das expectativas para garantir um atendimento digno, seguro e de qualidade na atenção primária”, afirmou.

Para a representante da Opas no Brasil, Socorro Gross, além do reconhecimento, as experiências podem servir de inspiração para outros municípios que podem adotar as práticas para o atendimento da população.

“Essas experiências compõem um mosaico de boas práticas de atenção primária à saúde da população brasileira. Elas contribuíram para prevenir, proteger e cuidar das pessoas nestes tempos tão difíceis e podem servir de referências para outros municípios. É um laboratório de inovação”, disse.