Líder da Oposição Denuncia Precarização dos Serviços da Copel em Discurso na Assembleia Legislativa do Paraná

Privatização da Copel Gera Críticas e Consequências para Serviços Públicos no Paraná

Recentes declarações do deputado Arilson Chiorato (PT), líder da Oposição na Assembleia Legislativa do Paraná, evidenciam os impactos negativos da privatização da Companhia Paranaense de Energia (Copel) sobre os serviços públicos no estado. A situação alarmante no Distrito de Guaragi, em Ponta Grossa, ilustra esse cenário, onde a interrupção no fornecimento de energia elétrica afetou a distribuição de água à população local.

Interrupções no Abastecimento e Precarização dos Serviços

No incidente envolvendo Guaragi, a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) precisou implementar um sistema emergencial com caminhões-pipa para suprir as necessidades da comunidade afetada. O deputado Chiorato abordou a precarização dos serviços durante a sessão plenária na última terça-feira (13), apontando que o problema se agrava devido ao processo de regionalização e desmonte da Sanepar, que está sendo entregue à iniciativa privada.

Acúmulo de Lucros e Desigualdade

De acordo com o parlamentar, em contraste com a crescente precarização dos serviços, a Copel, privatizada em 2023, reportou lucros impressionantes. Somente entre janeiro e março de 2025, a empresa anunciou um lucro líquido de R$ 664 milhões. Na quinta-feira (15), está previsto o pagamento de R$ 1,3 bilhão em dividendos aos acionistas. “Enquanto o povo vive sem energia e água, esses lucros vão para poucos. Isso não é eficiência, é injustiça”, criticou Chiorato.

Qualidade de Serviço em Declínio

Chiorato lembrou que, até a privatização, a Copel era considerada uma referência nacional em qualidade de serviços. Nos dias atuais, a empresa lidera as reclamações por falhas no fornecimento de energia elétrica no Brasil. Ele fez uma comparação com a Petrobras, que, apesar de recorrer a lucros elevados, reduziu o preço do diesel em favor da população. “A Petrobras é pública e o lucro volta para o povo, enquanto a Copel privatizada permite que ganhos desapareçam no mercado financeiro”, ressaltou.

Impactos Econômicos em Todo o Estado

O deputado também destacou que os problemas enfrentados em Ponta Grossa são comuns a várias regiões do estado. Ele mencionou casos em que a falta de energia levou a prejuízos significativos em setores como a produção de leite no sudoeste e a avicultura no noroeste. “A situação atual da Copel é um reflexo do que ocorreu após a privatização. O povo paga mais, enquanto os serviços pioram”, afirmou Chiorato.

Investigações e Suspeitas de Irregularidades

Além das questões de qualidade e lucro, o deputado Arilson também mencionou a investigação aberta pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) contra o Bradesco por suspeitas de irregularidades durante o processo de privatização da Copel. Ele defendeu a necessidade de rever o que foi feito e reverter a situação em favor da população paranaense, que deveria ter a empresa como aliada e não como um mecanismo de lucro para o mercado financeiro.

Um Futuro Incerto

Por fim, Arilson Chiorato enfatizou que a real função social das empresas públicas deve ser preservada. Ele argumentou que a Copel, antes da privatização, investia em programas importantes para a agricultura familiar. “Era uma empresa com compromisso social. Hoje, transformou-se em uma corporação ávida por lucros”, concluiu.