A cada minuto, três a quatro pessoas, em média, procuram o sistema municipal de saúde com queixas de sintomas respiratórios. A cada hora são cerca de 225 atendimentos relacionados a sintomas gripais que podem indicar a covid-19. Estes dados relacionam-se apenas ao sistema municipal de saúde – unidades básicas de saúde, UPAs e central de teleatendimento (3350-9000).
Considerando apenas as unidades básicas de saúde, são quase 100 atendimentos por hora. Isto equivale a 20% do total de atendimentos das unidades de saúde. Esse é o maior porcentual de toda a pandemia. Antes da pandemia, esse percentual ficava em 5 a 6% e no pico anterior chegou a 16%, no máximo.
Nas UPAs, o atendimento por sintomas respiratórios já chega a 43% – são 46 pacientes com queixas relacionadas a sintomas gripais por hora, em média. Na Central de Atendimento, são atendidos 82 pacientes por hora, em média, com as mesmas queixas.
De acordo com a secretária municipal da Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak, esse aumento da procura pelos serviços de saúde relacionados a casos respiratórios mostra maior intensidade da pandemia.
“Estamos com uma nova variante circulando, com aumento do número de novos casos, internamentos, óbitos. É preciso que a sociedade reforce as medidas de prevenção e se atente às orientações sanitárias para que possamos novamente achatar a curva”, diz Márcia.
Desde o início do ano até esta quinta-feira (4/3), foram abertos 34 novos leitos de UTI SUS exclusivos covid-19. Mas, mesmo com os 408 leitos de UTI SUS exclusivos para covid-19, a taxa de ocupação está em 95%.
“Ninguém morreu em Curitiba por falta de assistência, mas é importante todos entenderem que há um limite para a rede de saúde expandir. E nós já chegamos neste limite”, afirma Márcia.
São 8.476 casos ativos na cidade, correspondentes ao número de pessoas com potencial de transmissão do vírus. O número de óbitos por covid-19 em 2021 já concentra 1/5 de todas as mortes pela pandemia em Curitiba. Nas últimas duas semanas, a média móvel de casos aumentou 117% e de casos ativos 75%. A média móvel de óbitos aumentou 54%.
“Se cada um não fizer a sua parte para interromper as correntes de transmissão não tem leito de UTI que dê conta”, diz Márcia.
Medidas restritivas
Desde 24 de fevereiro, Curitiba voltou à bandeira laranja (risco médio de alerta para a covid-19), depois de 29 dias sob bandeira amarela. Na bandeira laranja, diversas atividades ficam suspensas aos domingos.
Além disso, desde 26 de fevereiro, Curitiba acatou as medidas restritivas para contenção da covid-19 estabelecidas pelo Governo do Estado por meio do decreto estadual 6983, que mantém em funcionamento apenas as atividades essenciais.
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