Indústria registra crescimento de 1,2% em março, após cinco meses de queda ou estabilidade

A indústria brasileira cresceu 1,2% de fevereiro para março, marcando o fim de cinco meses de instabilidade no setor. Este é o maior aumento desde junho de 2024, que registrou crescimento de 4,3%.

De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (7), março deste ano apresentou o melhor desempenho para o mês desde 2018, que teve crescimento de 1,4%.

Na comparação com março do ano passado, houve uma alta de 3,1%. Esta é a décima alta consecutiva deste tipo de comparação, e, ao longo de 12 meses, a indústria acumulou crescimento de 3,1%.

Com os dados recentes, a indústria superou em 2,8% o nível registrado antes da pandemia em fevereiro de 2020, embora ainda esteja 14,4% abaixo do pico histórico, que ocorreu em maio de 2011.

Veja a evolução da indústria nos últimos seis meses, mês a mês:

  • Março 2025: +1,2%
  • Fevereiro 2025: 0%
  • Janeiro 2025: +0,1% (considerado estabilidade)
  • Dezembro 2024: -0,3%
  • Novembro 2024: -0,7%
  • Outubro 2024: -0,1%

Disseminação do Crescimento

André Macedo, gerente da pesquisa, afirmou que o crescimento de março é uma “compensação de meses em que a indústria mostrou menor dinamismo”. Nos últimos três meses de 2024, o recuo acumulado foi de 1%.

Macedo também destacou que houve um crescimento disseminado, com “segmentos importantes mostrando aumento na produção”.

Das quatro principais categorias econômicas, três apresentaram expansão:

  • Bens de consumo duráveis: 3,8%
  • Bens de consumo semi e não duráveis: 2,4%
  • Bens intermediários (usados na produção de outros bens): 0,3%
  • Bens de capital (máquinas e equipamentos): -0,7%

Outro dado relevante é que, entre as 25 atividades pesquisadas, 16 mostraram resultados positivos de fevereiro para março. As principais influências positivas foram:

  • Coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis: 3,4%
  • Indústrias extrativas: 2,8%
  • Produtos farmoquímicos e farmacêuticos: 13,7%
  • Veículos automotores, reboques e carrocerias: 4%

O índice de difusão, que mede o percentual de 789 produtos que tiveram aumento na produção, ficou em 59,7% na comparação de fevereiro para março.

A média móvel trimestral, que oferece uma visão das tendências do setor, ficou positiva em 0,4%. Segundo o IBGE, esse resultado interrompe a queda iniciada em novembro de 2024, sendo este o primeiro resultado positivo desde outubro.