Governo Planeja Leiloar Ferrovia EF-118 em 2023, Afirma Ministro

O leilão da ferrovia EF-118 deve ser realizado ainda este ano, conforme anunciou o ministro dos Transportes, Renan Filho, nesta quinta-feira (8).

A ferrovia, que ligará Nova Iguaçu (RJ) a Santa Leopoldina (ES), terá 575 quilômetros de extensão e visa integrar a malha ferroviária do Sudeste, facilitando o acesso a terminais portuários importantes.

“A gente espera levar a Estrada de Ferro-118 a leilão ainda neste ano, no segundo semestre,” afirmou o ministro após o leilão da Rota da Celulose na B3.

Além da EF-118, o governo federal planeja realizar mais dois ou três leilões ferroviários no próximo ano.

“Com essa movimentação do mercado internacional, devido ao tarifaço promovido pelos Estados Unidos, o setor de infraestrutura está atraindo cada vez mais investimentos, especialmente da China,” disse o ministro, ressaltando que isso melhora as condições para concessões ferroviárias.

Renan Filho também mencionou que o governo pretende aproveitar a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, programada para esta semana, para discutir os leilões ferroviários. A expectativa é que o Ministério dos Transportes assine protocolos que garantam melhores condições para esses leilões.

“Como o Brasil é um país de dimensões continentais, os investimentos em ferrovias são grandes e muitas vezes não se sustentam apenas com capital privado. Diante das restrições orçamentárias, precisamos buscar soluções inovadoras,” comentou o ministro.

Simone Tebet, ministra do Planejamento e do Orçamento, também falou sobre a questão das ferrovias durante o leilão.

“Quando o ministro Renan diz que não há dinheiro público no Brasil, tenho que observar que a situação é semelhante em todo o mundo. O custo de construir ferrovias é maior que o das rodovias e o investimento privado no Brasil ainda é insuficiente. Precisamos buscar parcerias e fundos internacionais,” afirmou.

Detalhes sobre a Rota da Celulose

A Rota da Celulose, que teve uma concessão fracassada no ano passado, foi arrematada hoje (8) pelo consórcio K&G Rota da Celulose, formado pela K Infra Concessões e pela Galápagos Participações.

O consórcio venceu outras três empresas, oferecendo o maior desconto na tarifa de pedágio, com um deságio de 9% e um aporte de R$ 217.389.913,70.

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, destacou que a concorrência do leilão foi viabilizada por uma revisão na modelagem do projeto.

“Nós remodelamos alguns pontos e diluímos investimentos que estavam concentrados no início do projeto, o que melhorou o ativo do projeto e incentivou a participação de mais empresas,” explicou o governador.

Em coletiva, o ministro dos Transportes expressou confiança no cumprimento das obrigações pela K-Infra, apesar de a empresa enfrentar um processo de caducidade por outra concessão.

“Dessa vez, ela está em um consórcio, onde não é a líder, mas a Galápagos. Não há nada que impeça a participação dessas empresas. Por isso é fundamental que o leilão aconteça na B3, garantindo transparência e a devida apuração,” disse.

O ministro também se mostrou otimista em relação ao contrato da Rota da Celulose.

“O contrato anterior era muito diferente dos atuais, que são mais modernos e garantem melhor fiscalização para o cumprimento das obrigações,” concluiu o ministro.