Foz do Iguaçu tem redução de quase 60% em notificações para doenças transmitidas pelo Aedes aegypti

Ano epidemiológico 2020/2021 foi finalizado em junho; apesar da diminuição, cuidados com a doença devem ser mantidos

Foz do Iguaçu encerrou o ano epidemiológico 2020/2021 para casos de dengue e outras doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti com uma redução de 58% do número de notificações em relação ao levantamento do último ano.

No período, foram registrados 11.500 casos, ante 26.500 de 2019/2020. Ao todo, 400 casos foram confirmados e o município registrou três óbitos.

A apresentação da situação da doença e da infestação do vetor no município foi apresentada na reunião do Comitê Municipal de Controle e Prevenção da Dengue e Covid-19, nesta quinta-feira (22).

Apesar de os estudos sobre a relação entre os casos Dengue/Covid-19 não terem sido finalizados, foram apresentados também os dados envolvendo as duas doenças no município. Foram 2.550 casos notificados como sintomáticos para as duas doenças, e desses, 938 casos positivos somente para a Covid-19.

“Apesar da diminuição, isso não significa que os cuidados não sejam mais necessários. Muito pelo contrário, com o aumento das ações de combate ao vetor nesta época do ano, esses números podem reduzir ainda mais para no novo ano epidemiológico 2021/2022 e estamos aqui para traçar essas metas”, avaliou a secretária de Saúde, Rosa Jeronymo.

LIRAa

De acordo com o último Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), realizado no início de julho, Foz do Iguaçu ainda está em situação de alto risco para epidemias de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.

Os dados do Centro de Controle de Zoonoses mostram que, de cada 100 armadilhas lidas, 14 possuíam mosquitos, e uma a cada 100 residências continham criadouros do vetor. A amostragem foi realizada em 4.829 imóveis e 2.237 armadilhas foram verificadas.

O coordenador de vetores do CCZ, Jean Rios, ainda destaca que o levantamento mostrou que estão circulando no município o vírus Zika e Chikungunya. Essa informação é obtida por conta da estratégia de monitoramento empregada pelo CCZ em sua rotina de trabalho.

Com as armadilhas já instaladas, os agentes capturam fêmeas adultas vivas, por já estarem alimentadas de sangue. Elas são identificadas e encaminhadas ao Laboratório de Medicina Tropical, onde, a partir de um exame de biologia molecular, é feita a detecção do vírus em circulação e a região em que foi capturado.

“Precisamos destacar que quando o vírus é detectado ainda no mosquito, indica que a doença está circulando de forma silenciosa e muitas pessoas ainda não têm conhecimento dela. Por este motivo os cuidados se tornam tão essenciais”, explica Jean.

De acordo com ele, quando existe a detecção do quarteirão em que a fêmea do mosquito estava, são garantidas as ações de bloqueio e controle, além da busca ativa para sintomáticos na região, que são encaminhados à Unidade Básica de Saúde de referência.

Ações para o controle da doença

A frente de trabalho para a contenção do avanço da doença envolve diversas secretarias/órgãos da Prefeitura de Foz do Iguaçu. Para evitar o acúmulo de criadouros, a Secretaria de Meio Ambiente realiza constantes ações de limpeza em terrenos e espaços públicos. Desde 2020, já foram mais de 700 toneladas de lixo recolhidos.

Em parceria com a Secretaria de Obras, são disponibilizadas caçambas para a gestão de resíduos inertes em áreas de vulnerabilidade e com altos índices de infestação da doença, com o objetivo de conscientizar os moradores. A Secretaria de Fazenda atua diretamente na fiscalização de terrenos, inclusive os privados e abandonados, para a autuação dos responsáveis pelo espaço.

“Ao nos encontrarmos com o comitê é possível perceber como as demais secretarias se envolvem nesse trabalho, em um conjunto de ações que se estendem para o bem-estar da população, que também precisa fazer a sua parte”, complementou Rosa.

com informações do CabezaNews, parceiro do Busão Foz