Estudo aborda desafios e melhorias na fronteira Brasil-Argentina-Paraguai

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) lançaram um estudo inédito sobre a gestão coordenada da Tríplice Fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. O documento analisa os principais desafios da região e apresenta soluções estratégicas para melhorar a eficiência logística e fortalecer o comércio exterior.

A tríplice fronteira, que conecta as cidades de Foz do Iguaçu (Brasil), Puerto Iguazú (Argentina) e Ciudad del Este (Paraguai), é um dos principais pontos de comércio internacional da América do Sul. No entanto, problemas como atrasos aduaneiros, infraestrutura inadequada e falta de coordenação entre os países prejudicam o desenvolvimento econômico local.

De acordo com a pesquisa, 90% dos exportadores relataram que o tempo médio de despacho de cargas em Foz do Iguaçu é de 2,3 dias ou mais. Nas importações, 25% dos casos levam mais de cinco dias para serem processados. Além disso, 37% dos exportadores apontaram os atrasos no despacho aduaneiro como a maior dificuldade, seguidos por problemas relacionados à exigência de documentos físicos (32%) e à infraestrutura insuficiente no porto seco (21%).

Para os importadores, a principal barreira é a falta de servidores públicos suficientes para processar as etapas do despacho, citada por 75% dos entrevistados.

Soluções propostas para destravar o comércio

O estudo sugere a implementação de um modelo de gestão coordenada de fronteiras, inspirado em boas práticas internacionais. Entre as recomendações estão:

Uso de tecnologias avançadas para fiscalização e monitoramento;

Harmonização de procedimentos entre os países;

Capacitação de agentes públicos e privados envolvidos nos processos;

Investimentos em infraestrutura para melhorar o fluxo de mercadorias.

Segundo o gerente de Relações Internacionais da Fiep Higor Menezes, um modelo de gestão coordenada é essencial para destravar o potencial da região. “A Tríplice Fronteira é estratégica para o comércio exterior brasileiro. Uma gestão eficaz pode alavancar a competitividade e a integração econômica dos países”, afirmou.

O especialista da CNI Ronnie Pimentel, destacou que os gargalos observados na região geram custos adicionais e burocracias que contrariam compromissos assumidos pelo Brasil em acordos internacionais. “Nosso objetivo é propor soluções abrangentes, desde melhorias na infraestrutura até maior eficiência operacional via cooperação entre governos e setor privado”, explicou.

Impacto da gestão coordenada de fronteiras

A gestão coordenada de fronteiras é reconhecida como um pilar estratégico para facilitar o comércio internacional. Essa abordagem é incentivada por organizações como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e a Organização Mundial das Aduanas (OMA), além de constar em acordos globais de facilitação comercial.

Ao integrar procedimentos e reduzir a burocracia, essa estratégia pode beneficiar tanto as autoridades envolvidas no controle aduaneiro quanto os operadores logísticos, aumentando a previsibilidade, a eficiência e a transparência nos processos.

O estudo reforça que a implementação de uma estrutura coordenada é essencial para superar os desafios de forma duradoura, garantindo maior governança e agilidade nas trocas comerciais.

Com informações do GDia

com informações do Diário de Foz, parceiro do Busão Foz