A consultoria RGF & Associados revelou que o número de empresas em Recuperação Judicial (RJ) no Brasil cresceu 6,9%, totalizando 4.881 casos em março de 2025, frente a 4.568 em dezembro de 2024. Esse aumento preocupa e reflete a instabilidade econômica do país.
No primeiro trimestre do ano, 203 empresas saíram da Recuperação Judicial, e 80% delas conseguiram retomar as atividades sem supervisão judicial. Entretanto, 18% faliram e 2% tiveram o registro encerrado ou foram consideradas inaptas devido a pendências.
Causas e Impactos do Aumento de Empresas em Recuperação Judicial
As principais razões para a elevação no número de empresas que requerem a Recuperação Judicial incluem as altas taxas de juros e desafios de gestão, especialmente no setor agroindustrial. Rodrigo Gallegos, especialista em reestruturação de empresas e sócio-consultor da RGF, comentou sobre a situação: “Por outro lado, a gente observa um crescimento expressivo no mercado de investimentos em empresas em recuperação, impulsionado pelo modelo DIP (Debtor-in-Possession).”
Gallegos acredita que a tendência é de que as reestruturações continuem a aumentar ao longo de 2025, em razão da desaceleração econômica e das dificuldades enfrentadas por setores que dependem de capital intensivo.
Monitoramento dos Dados
O estudo da RGF & Associados analisa a situação de 2,1 milhões de empresas, levando em consideração dados públicos. A Recuperação Judicial é a última alternativa antes da falência para muitas organizações.
O setor industrial se destacou, com 1.112 empresas em processo de reestruturação, o maior número desde o início da coleta de dados. A maioria delas está relacionada ao agronegócio, incluindo usinas sucroalcooleiras, laticínios e frigoríficos. Em seguida, o setor de serviços registrou 1.105 pedidos de recuperação judicial, seguido pelo comércio (996), infraestrutura, energia e saneamento (992), agropecuária (341) e outros segmentos (335).
Critérios do Estudo
O estudo, que começou em junho de 2023, exclui empresas com CNPJs inativos, microempresas, ONGs, entidades governamentais e filiais, garantindo que os dados reflitam apenas unidades jurídicas ativas.
Para mais detalhes, os dados completos podem ser acessados no site da RGF.
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