Ronildo Pimentel
A história de metade do tronco genealógico da minha família começa como toda história que se preze: por um começo. A trajetória dos personagens desta narrativa é situada na quarta geração de seus descendentes, os bisnetos de Maria Francesca Isabella Dal Molin e Giovanni Battista Maria Mazzalai.
Ambos nasceram onde está o extremo-Norte da Itália e, após cruzar ainda crianças o Mar Mediterrâneo e o Oceano Atlântico, se encontraram na colônia Dona Isabel, acampamento para imigrantes criado em 1870, onde hoje está o município de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, no Sul do Brasil.
Esta história começa com a chegada ao mundo de quatro crianças na década de 1840, em uma região que ainda pertencia ao império austro-húngaro cercada de montanhas, castelos e vilas muradas com fortes resquícios do período medieval que se espalhou pela Europa durante a Inquisição.
Muitas destas estruturas sobreviveram aos intensos confrontos entre os povos e estão conservadas até os dias atuais. Em algumas comunidades, cerimônias anuais relembram os períodos de constantes disputas por território.
A narrativa destes pioneiros do Brasil Colonial revela ainda o espírito guerreiro das mulheres a partir da união destas duas famílias. Giovanni Eugenio Dal Molin, filho de Giovanni Dalmolin e Domenica Tommasi, nasceu em 27 de novembro de 1844, em Besenello, então Tirol.
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Ele foi batizado na Paróquia Santa Agata e teve dois irmãos – Domenico Luigi Dal Molin (1842) e Santa Filomena Dal Molin (1846). Perto dali, em Cognola, também no Trento, em 16 de outubro de 1847, nascia Amalia Domenica Dorigatti.
Giovanni Eugenio e Amalia Domenica se conheceram, casaram e começaram uma família na comuna de Povo, no subúrbio de Trento, onde tiveram dois filhos na Itália: Cirillo Giovanni Francesco Dal Molin, em 11 de outubro de 1875 e Maria Francesca Dal Molin no dia 14 de junho de 1877. O terceiro filho do casal, Giovanni Francesco Dal Molin, nasceu no Brasil no dia 07 de junho 1879, em Faria Lemos, Bento Gonçalves (RS).
A comuna de Povo, com são definidas as cidades na Itáli, fica há três quilômetros de Trento, ao leste do vale, no sopé das montanhas Marzola e Celva e é o lar das escolas científicas e de engenharia da Universidade de Trento e centros de pesquisa.
Ferdinando Mazzolai nasceu no dia 07 de novembro de 1840 em Trento, na província de Trentino-Alto Adige. Sua futura esposa, Maria Catterina Ioratti, nasceu oito anos após, em 22 de agosto de 1848 na comuna de Sternigo di Pinè, em Trento. Os dois se casaram e desta união nasceram Augusto, Rosina, Maria, Antônio e João, no dia 23 de julho de 1873, batizado na Itália como Giovanni Battista Maria Mazzalai.
Ambos estão sepultados no Brasil – Ferdinando faleceu no dia 30 de agosto de 1924, em Ajuricaba (RS) aos 84 anos de idade, Maria Catterina no dia 06 de julho de 1912 em Ijuí (RS). O casal deixou os filhos Rosina que na época do falecimento de Ferdinando tinha 55 anos, João com 52 anos, Maria de 49 anos, Antonio 41 anos e Augusto de 38 anos.
Só para contextualizar, a região onde nasceram nossos personagens foi colonizada perto de um século anos antes de Cristo, pertencia ao império austro-húngaro e está localizada na fronteira do Vêneto e Lombardia na Itália. Até 1918 era chamada Südtirol ou Tirolo Meridionale, identificada como Tirolo Italiano por causa de seu idioma, apesar de pertencer a Áustria, cuja língua mãe é o alemão.
Com a derrota do império austro-húngaro na Primeira Guerra Mundial, em 1918, foi assinado um tratado que definiu o novo mapa territorial da Região do Trentino Alto Ádige. A partir de 16 de julho de 1920 as províncias de Trento, Bolzano e Gorizia passaram a independentes e a pertencer ao então Reino da Itália. A estimativa de historiadores é que entre 60 e 70 mil cidadãos de origem austríaca-húngara tenham migrado para o Brasil de 1870 a 1920.
A grande jornada
Em 1877, logo após o nascimento de Maria Francesca e com Cirilo aos quatro anos e pouco de idade, Eugenio Dal Molin e a esposa Amalia tomaram uma decisão que mudaria tudo em suas vidas e no futuro dos filhos. Ante as dificuldades sociais e trabalhistas que se apresentavam aos moradores de uma região distante do centro de poder do império austro-húngaro e envolvidos ida em constantes guerras políticas e econômicas por território, largaram tudo e seguiram para uma grande jornada.
Primeiro cruzando por estradas a pé ou em carroças e trechos de trem até Gênova, cidade portuária da Itália, no Mar Mediterrâneo, onde eram amontoados em vapores, como eram conhecidos os substitutos dos navios empurrados a vela ou remo. Com os novos meios de transporte, o tempo de travessia caiu de dois meses para menos de 30 dias, dependendo as condições do Mar Mediterrâneo e o Oceano Atlântico.
Atraídos pelas condições facilitadas oferecidas pelo governo brasileiro para atrair imigrantes europeus, como passagem, estadia e até subsídio por um determinado período, subiram com os filhos a bordo do vapor Nord América sem ao menos saber que o destino era o porto do Rio de Janeiro. Eugênio e Amália não tinham nenhuma certeza do que encontrariam pela frente, além daquela de que precisavam tentar uma nova vida.
As passagens concedidas as famílias italianas, em geral pelo governo brasileiro, eram todas de terceira classe, que ficavam, geralmente, nos porões dos navios, com pouca ventilação, muito escuras e úmidas e quase sempre superlotadas. Historiadores relatam que as condições sanitárias dos vapores eram péssimas, ambiente propício para proliferação de doenças contagiosas. Surtos de piolho, cólera ou sarampo eram comuns e, como não havia para tratar dos doentes, muitos não chegaram ao destino final.
Seus corpos eram envolvidos em sacos de pano feitos com roupas de cama e lançados ao mar após uma cerimônia religiosa que durava poucos minutos reunindo parentes e alguns conhecidos por ventura a bordo. Para aliviar o sofrimento do percurso, só as cantorias de músicas tradicionais italianas, uma tradição mantida até os dias de hoje. Após a jornada, a família Dal Molin alcançou o solo brasileiro no dia 23 de agosto de 1877, partindo de Gênova.
Conforme consta do livro de passageiros do Nord América, Eugênio tinha 33 anos, Amalia 30, Cirillo 2 e Maria Francesca 1 ano. Todos são nascidos antes de 1918 (ano da anexação) e considerados cidadãos austríacos, apesar do território atualmente pertencer a Itália. Nas últimas décadas, novas legislações, especialmente na Itália, tem facilitado o acesso ao passaporte de cidadania.
Dias de dificuldades
A vida dura no Brasil Colonial dos anos 1870 e início dos anos 1880, mesmo com 33 anos, não foi muito generosa com Eugênio Dal Molin, que morreu aos 36 anos, aproximadamente três anos após chegar ao novo continente e hoje dá nome a rua no bairro São Vendelino, em Bento Gonçalves. Assim como ele, os primeiros imigrantes italianos (e austríacos) que chegaram a partir de 1875 à colônia Dona Isabel formada na esplanada onde hoje está localizada a Igreja Cristo Rei, no bairro Cidade Alta, enfrentaram muitas dificuldades enquanto aguardavam a distribuição de terras.
O mundo gira e Amália Domenica não teve escolha, seguiu a jornada, agora sozinha cuidando de três crianças – Cirilo com sete para oito anos, Maria Francesca com quatro anos e o Giovanni Francesco, com dois anos. Após ficar viúva, em 1881, a tataravó desta história casou novamente na ainda Colônia Isabel, no dia 13 de maio de 1882, com Domenico Putrich, um austríaco que nasceu no dia 24 de agosto de 1845, em Terragnolo, Rofreit, Trient, Tirol.
Em 11 de outubro de 1890, Dona Isabel foi desmembrada da colônia São João de Montenegro, pelo Ato nº 474 do Governador General Cândido Costa e passou a ter como denominação Bento Gonçalves em homenagem ao General Bento Gonçalves da Silva, chefe da Revolução Farroupilha (1835 a 1845) e Presidente da República do Piratini, hoje Estado do Rio Grande do Sul.
O casal formado com Domenico Putrich aparentemente não teve filhos e ele morreu no dia 4 de abril de 1896, deixando Amalia Domenica novamente sozinha para tocar o barco junto aos dois filhos já adolescentes. A nossa guerreira de tantas dificuldades, criou os filhos e faleceu em 18 de julho de 1907. Seu corpo está sepultado em Bento Gonçalves.
Amor arrebatador
No finalzinho da década de 1890, Maria Francesca Dal Molin conheceu aquele que viria a ser o pai de seus seis filhos e filhas – Giovanni Battista Maria Mazzalai, que aparece no começo deste relato. O mundo seguia sua rota e após um encontro improvável tão longe da região de onde nasceram, os dois tiveram um namoro intenso e decidiram unir oficialmente suas histórias, menos de um mês após o nascimento da primeira filha, Amalia Caterina Maria Mazzalai, em 17 de outubro de 1899 (“Brasil, Rio de Janeiro, Registro Civil, 1829-2012”).
O casamento foi realizado no dia 6 de novembro de 1899 em Bento Gonçalves. Giovanni então com 26 anos é identificado como “lavrador, solteiro católico e residente na linha Geral distrito deste termo”. Maria Francesca de profissão “lavradora, solteira católica e residente na mesma linha”, conforme consta na certidão emitida pelo Cartório de Registro Civil de Bento Gonçalves.
Logo em seguida, o casal mudou os planos e decidiu se estabelecer na região de Ijuí, também no Rio Grande do Sul, onde nasceram seus demais filhos. No dia 27 de janeiro de 1906, o agricultor João Massalai (já com o nome aportuguesado) adquiriu um lote na Linha 17, como eram indicadas as localizações das áreas de terra naquele período, próximo ao rio Ijuí, em Ijuí, conforme escritura assinada pelo então presidente do Rio Grande do Sul, Antonio Augusto Borges de Medeiros, onde a família estabeleceu residência definitiva. Mais tarde, a região passou a pertencer ao município de Ajuricaba.
Maria Francesca e João Massalei tiveram seis filhos. Além de Amália, que casou com Francisco Moreno, nasceram Antonio, Anna Catharina Francisca no dia 22 de julho de 1904 casada com Antonio José da Rosa, Luis Fernandes (Fernando) no dia 17 de janeiro de 1909 casado com Amelia Gomes de Oliveira, Eugenio e a mais nova Tereza em 23 de março de 1911, que casou com Fernando Gomes de Oliveira. (Dados da Certidão de Óbito de Maria Francesca expedida pelos Serviços Notariais e de Registros de Inhacorá – RS).
Após a mudança, a família seguiu construindo seus alicerces na região, então conhecida como General Firmino no terceiro distrito de Ijuí (RS), que hoje em dia engloba vários municípios como Inhacorá, Catuípe, Ajuricaba, Chiapetta, Santa Rosa, Santo Ângelo, Augusto Pestana, Bonzano, entre outros. Com o tempo os filhos e filhas do casal Maria Francesca e João Massalai foram casando, indo morar em outras cidades e regiões do Estado.
Um novo desafio
A vida dos descendentes das famílias Dal Molin e Mazzalai seguia seu rumo até que, em algum momento, João e Maria Francesca se separaram, acontecimento que ficou escondido até dos familiares, mais em função da vergonha de assumir publicamente ante o conservadorismo da sociedade. Apesar disto, a separação aparece oficialmente na certidão de casamento de Luis Fernandes (Fernando) e Amelia de Oliveira em 26 de outubro de 1929 (foto reprodução acima).
O documento, ressalta que o pai do noivo na época era residente “em lugar incerto e não sabido”. Existem ao menos duas possibilidades, nenhuma confirmada oficialmente até o momento, sobre o destino de João Massalai. Na primeira, ele rumou para a Argentina, sem informações sobre o ano do falecimento e o cemitério onde seu corpo está sepultado, apesar da possibilidade de ser no mesmo onde está Maria Francesca.
Na outra, ele supostamente morreu em um acidente em uma estrebaria, após ser pisoteado pelos animais. Como estaria sozinho em uma região bastante isolada devido as dificuldades de acesso, seu corpo foi encontrado alguns dias após e sepultado no cemitério de Inhacorá, aproximadamente 40 anos antes do falecimento de Maria Francesca.
Sem o companheiro escolhido, a matriarca passou a ser conhecida entre como “Nona” e morava ora na casa de uma filha, ora na casa de um filho. Ela faleceu de causas naturais aos 91 anos e cinco meses, na casa de Tereza, a filha mais nova, no meio da tarde do dia 20 de dezembro de 1968, segundo consta no atestado de óbito do Cartório de Registro Civil de Inhacorá (RS), com base em informações de Eugenio Pedro Gomes de Oliveira. O corpo de Maria Francisca está sepultado no Cemitério da Vila de Inhacorá, que era um distrito de Catuípe, da comarca de Santo Angelo.
Sobre o destino de Cirilo, filho mais velho do casal Eugênio e Amália Dal Molin, não existem informações disponíveis. Em relação ao terceiro filho, Giovanni Francesco, ele casou com Lucia Bonato no dia 09 de novembro de 1901, em Bento Gonçalves (RS). Em seguida, partiram de mudança e passaram a viver em Ibirubá (RS). Giovanni Francesco, que teve o nome aportuguesado como João Francisco Dal Molin, faleceu no dia 15 de abril de 1960 em Ibirubá. Sua esposa (Lucia Bonato), que nasceu em 13 de dezembro de 1879 em Verona no Veneto (Itália), faleceu em 09 de julho 1950, em Ibirubá. Os dois tiveram 11 filhos.
Mudança de planos
A linha cronológica desta história foca a partir de agora na vida de Anna Catharina Francisca Massalai, cujo nome faz homenagem a tataravó Maria Catterina Ioratti, mãe de seu pai João Massalei e a mãe dela, Maria Francesca Dal Molin. Na região de Ijuí (RS) ela conheceu o jovem agricultor Antonio José da Rosa, nascido em 1890 em Jaguari (RS), filho de Acácio José da Rosa e Bernardina Correia da Silva.
Os dois casaram em 15 de setembro de 1923, em Ajuricaba e tiveram sete filhas – Tereza, Ondina, Amalia, Bernardina, Helena, Julieta e Maria Luiza e um menino batizado como João Carlos da Rosa, o Joãozinho em homenagem ao pai João Massalai, além de um menino que morreu logo após o nascimento. Todos os demais chegaram à vida adulta e constituíram famílias. Anna Catharina acabou se tornando parteira na região e foi responsável pela chegada ao mundo dos primeiros netos e dos filhos dos vizinhos por onde residiu.
Ela e Antonio da Rosa e boa parte de seus descendentes (filhos e netos) viveram no local até o final dos anos 1950 (entre 1958 e 1959), quando decidiram retomar o espírito de desafio dos antepassados nascidos no continente europeu e rumaram para o Paraná, mais precisamente pare a região de Capanema, no Sudoeste, que estava em início de colonização. O casal se estabeleceu na região denominada Linha Gaúcha.
Ambos passaram o resto de suas vidas no município, onde estão sepultados. Antonio da Rosa morreu ainda morando na Linha Gaúcha, no dia 17 de fevereiro de 1972, conforme consta do atestado de óbito registrado pelo filho João Carlos da Rosa. Anna Catharina no dia 1º de agosto de 1993, aos 89 anos de idade. Seus últimos anos de vida morou em uma residência na região do Alto Pinheiro, construída próximo à casa da filha Maria Luiza e o genro João Nunes Pinheiro, que registrou o atestado de óbito.
Um dos irmãos mais novos de Anna Catharina, o Fernando filho da matriarca Maria Francesca, após se separar de Amelia no Rio Grande do Sul, mudou para Capanema e ajudou na construção da casa de Helena, sua sobrinha, e Adão Camargo, também na Linha Gaúcha. Na época, o trabalho mais árduo foi o telhado feito de tábua lascada, como relatou Maria Inês Camargo, filha de Helena e Adão Camargo. Fernando viveu por muitos anos no município onde seu corpo está sepultado.
Terceiro ciclo
Uma das filhas do casal Anna Catharina e Antonio da Rosa, Julieta da Rosa, que nasceu em Santa Rosa no dia 13 de abril de 1939 e casou com o agricultor Noé Lamarque Pimentel logo após seu desligamento do Exército Brasileiro. Ele era natural de Giruá (RS), filho de Manoel Moura Pimentel e Gertrudes Lamarque Pimentel. Ainda no estado do Rio Grande do Sul, o casal teve os primeiros filhos – Antonio da Rosa e Cleci Gertrudes.
Na chegada ao Paraná, ainda em Capanema, Julieta começou a lecionar na rede pública de ensino e teve mais três filhos – Fátima (que faleceu antes de completar um ano), Vera Lúcia e Renato. Logo após, a família adquiriu uma área de terra no distrito de Santa Cecília, na área rural de Planalto, município ao lado de Capanema. Neste local, tiveram o restante dos 10 filhos – Clarice Ana, Ronildo, Ronaldo, Roseli Terezinha e Romaldo Jefferson.
Apesar de morar área agrícola, Julieta se dedicava a ensinar na Escola Rural de Santa Cecília, contribuindo na formação da maioria das crianças que se deslocavam grandes distâncias para chegar todos os dias à sala de aula. Apesar das dificuldades, ter que dividir as obrigações da escola, a criação de nove filhos e afazeres da agricultura, Julieta não se entregou e vestida do espírito de guerreira das mulheres da família, cursou e se formou no Magistério, requisito para seguir na carreira educacional do Estado do Paraná.
A família de Julieta e Noé Pimentel permaneceu estabelecida na localidade por um longo período. Em meados da década de 1970 um incidente levou grande dificuldades para todos, especialmente para os mais velhos, quando uma faísca do fogão a lenha subiu pela chaminé, ateando fogo na cobertura da residência, que era feita de tábua lascada, técnica antiga introduzida no Sul do Brasil pelos imigrantes europeus.
Na segunda metade dos anos 1970, os filhos mais velhos do casal (Antonio da Rosa, Cleci Gertrudes e Vera Lúcia) casaram, dando início as próprias famílias. Em meados de 1980, Noé e Julieta tomaram a decisão de vender a propriedade na área rural de Planalto e mudar com os filhos mais novos para Foz do Iguaçu, na fronteira do Brasil com Paraguai e Argentina.
Mais descendentes
Antes da mudança, o filho mais velho Antonio da Rosa que havia casado com a jovem Leoni Tremea, já haviam estabelecido residência em Foz do Iguaçu, atraídos pelas possibilidades de emprego e renda gerados pela construção da usina da Itaipu Binacional. A mudança do casal ocorreu logo após o nascimento da primeira filha Luciana. Na nova cidade nasceram Jaqueline e Raphael. Algum tempo depois o casal se divorciou. Antonio casou novamente e faleceu no Mato Grosso do Norte (MT), no início de 2022, vítima da covid-19.
A segunda filha, Cleci Gertrudes, casou com o agricultor e caminhoneiro Evalni Ritter e tiveram três filhos – Juliana, a mais velha, Elisângela e Thiago. Após a vida encaminhada e os filhos casados em Foz do Iguaçu, o casal retornou ao interior de Planalto, adquiriu uma área próxima de onde residiam Julieta e Noé Pimentel, onde estão até os dias de hoje. A terceira filha, Vera Lucia, casou com o caminhoneiro Vanderlei de Mathia, gerando três filhos – Márcia, Mayara e Marcelo. Atualmente eles residem em Água Boa, no Mato Grosso do Norte (MT).
Em Foz do Iguaçu, os demais filhos do casal foram construindo suas famílias. Renato casou com Elaine e teve dois filhos – Jean Carlo e Jéssica. No início da década de 2000 o casal vendeu os bens na cidade fronteiriça e se mudou para o município de Querência, no estado do Mato Grosso do Norte (MT). Clarice Ana teve dois filhos – o primeiro Jonathan Crestani veio do primeiro casamento, cujo marido ela se parou. O segundo, Ricardo Silva, nasceu do segundo casamento em que ela ficou viúva. Ela reside em Foz do Iguaçu ao lado do atual companheiro, Lairton Miguel.
Estudo e pesquisa
O autor desta pesquisa genealógica, Ronildo Pimentel, chegou em Foz do Iguaçu em 1980, com 12 anos e assim como os irmãos ou qualquer criança recém chegada da área rural em um grande centro urbano, enfrentou muitas dificuldades. Seu primeiro trabalho, ao lado do irmão Ronaldo, foi engraxar sapatos com caixas construídas por outro irmão, o Renato. No final dos anos 1980 conheceu Naide Moreira de Souza, que trabalhava na área de gastronomia hoteleira e tinha dois filhos – Elisângela e Marcos Antonio.
Em 2003, Ronildo se formou em jornalismo, o primeiro da família de Julieta e Noé Pimentel a cursar o ensino superior. Três anos depois, mudou para Curitiba, para trabalhar com assessoria parlamentar na Assembleia Legislativa do Paraná. Da união de Ronildo e Naide nasceu, no dia 6 de maio de 1991, Bruna Ronize Pimentel, que se formou em Administração de Empresas na final da adolescência, nos anos 2010.
Ronildo e Naide retornaram à Foz do Iguaçu no início de 2018, pouco antes do casamento da filha com André Felipe dos Santos, e teve dois netos sanguíneos – Laura dos Santos Pimentel (que faleceu com 21 dias de vida) e Bento Felipe da Silva Pimentel, hoje a alegria do lar.
Em meio a gestação dos filhos, Bruna Ronize incorporou o espírito da avó professora Julieta e também das mulheres da família de ir a luta. Ela se preparou e passou no primeiro concurso público como Agente de Apoio da Educação Infantil na rede municipal de ensino. Na sequência cursou o Magistério, passou em um novo concurso para Professora da Rede de Educação Infantil de Foz do Iguaçu e já realizou o primeiro mestrado na área.
Ronaldo Pimentel também chegou criança em Foz do Iguaçu, começou trabalhando como engraxate ao lado do irmão Ronildo e, na idade adulta, casou com Regina, com quem teve uma filha – Vanessa Pimentel. Roseli Terezinha passou em um concurso em serviço público de atenção à saúde, se mudou para Pato Branco, no Sudoeste do Paraná, onde casou com Eduardo Keller e não teve filhos. Romaldo Jefferson, o filho mais novo, casou e separou sem ter filhos e atualmente trabalha como caminhoneiro.
(*) Ronildo Pimentel é jornalista em Foz do Iguaçu (Paraná) e editor do portal www.diariodefoz.com
com informações do Diário de Foz, parceiro do Busão Foz
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