Com apoio da Itaipu, sede do Centro de Aprendizarem em Foz do Iguaçu é reinaugurada

Nesta quarta-feira (10), o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri, participou da reinauguração da sede do Centro de Atenção Integral ao Adolescente (CAIA) e do Centro de Aprendizagem e Formação (CAF), que ficam no mesmo espaço, na Vila Padre Monti, região da ocupação do Bubas, em Foz do Iguaçu (PR). A estrutura havia sido comprometida durante um incêndio em agosto de 2023. Oito meses depois do incidente, a reforma foi concluída e as atividades voltaram ao normal.

O projeto CAIA/CAF beneficia mais de 1.300 moradores de Foz do Iguaçu e região, entre crianças, adolescentes, idosos e pessoas com deficiência em situação vulnerável. A coordenação dos trabalhos é feita pela Sociedade Civil Nossa Senhora Aparecida (SCNSA), que há anos mantém parcerias com a Itaipu.

Após o incêndio, por meio de um auxílio eventual, a Itaipu repassou R$ 160 mil à instituição. O repasse foi fundamental para apoiar a equipe e todos os beneficiados. O recurso assegurou 60% dos custos da obra.

Para Enio Verri, o projeto CAIA/CAF desenvolve um trabalho essencial para a comunidade, principalmente para quem mais precisa. “É um trabalho muito bonito de inclusão social e transformação de vidas. A Itaipu tem uma dívida social com Foz do Iguaçu e a sua população. Por isso, estamos investindo cada vez mais nas pessoas, nas questões ambientais e sociais”, disse.

O padre Raul Oscar Sena Velez, presidente da Sociedade Civil Nossa Senhora Aparecida, reforçou que a entidade é “um lugar em que as pessoas se sentem acolhidas”. “Ver a nossa estrutura em pé novamente é motivo de muita alegria”, agradeceu.

Convênio

O atual convênio da Itaipu com a SNCA tem vigência até 2026. Para o gerente da Divisão de Iniciativas de Responsabilidade Social da empresa, Kleber Vanolli, o projeto CAIA/CAF é importante porque trabalha não só com a inclusão social, mas também com a convivência e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários na região.

“É um projeto completo, que cria vínculo entre a criança, a família, o projeto e a comunidade. O impacto social causado é muito grande”, comentou. E complementou: “A Itaipu entra com o recurso financeiro, mas também faz a gestão e o acompanhamento da aplicação do recurso no dia a dia da entidade. O retorno é o melhor possível”.

Vidas transformadas

O CAIA/CAF desenvolve ações de orientação, prevenção e sensibilização, promovendo palestras, oferecendo atendimentos psicossociais e realizando atividades esportivas, culturais e socioeducacionais para os participantes.

O atual coordenador do CAIA, Jacson Gatelli, começou ainda criança a participar das oficinas e outras atividades do projeto. Lá, ele teve a oportunidade de aprender e a se desenvolver. Gostou tanto da experiência que decidiu retornar como parte da equipe, para ajudar outras pessoas, assim com ele foi ajudado. Para o coordenador, o projeto modifica a vida de muita gente.

“Eu tive acesso a muito conhecimento e o privilégio de ter educadores qualificados. Nada melhor do que devolver isso para a sociedade”, afirmou. Gatelli tem uma frase que resume esse sentimento: “olhando o passado, vivendo o presente e projetando o futuro”. “Hoje, eu atuo como coordenador, mas eu sou, na verdade, um exemplo do resultado da ação do projeto.”

A coordenadora do CAF, Thaís Ghisi, conta que a sede foi transformada após a reforma. “Nós mantivemos a mesma estrutura, porém reorganizamos a utilização dos espaços. Hoje, o CAIA/CAF está muito melhor do que era antes do incêndio”, comemora.

A reforma

Por causa do incêndio, a sede do CAIA/CAF sofreu danos materiais significativos. O valor destinado pela Itaipu foi utilizado para a restauração, principalmente, da parte elétrica e do telhado. A outra parte dos custos foi arcada pela comunidade, que abraçou a causa e se movimentou para arrecadar os recursos necessários.

A infraestrutura agora está repaginada. O centro conta com uma nova gibiteca, salas para atendimento psicológico e um jardim de recuperação. A comunidade ainda contribuiu com móveis e equipamentos. As crianças e adolescentes tiveram uma participação na decoração do ambiente.

Na entrada principal do prédio, estão exibidas mãozinhas de papel com mensagens e desenhos feitos pelas crianças, representando todos que participaram da ação. “É como se fosse um processo de cura. Durante o incêndio, as crianças perderam o espaço de convivência, o que afetou psicologicamente todas elas. Ver tudo queimado, a correria, o choque, tudo teve um impacto negativo”, falou o coordenador do CAIA.

Segundo ele, a ideia é que as crianças fizessem parte da reconstrução. “Elas crianças foram convidadas a fazer uma mensagem com as mãos. Assim, cada uma sente que fez um pouquinho dentro desse processo de reconstrução”, finalizou Gatelli.

A SCNSA

A Sociedade Civil Nossa Senhora Aparecida (SCNSA) é uma entidade sem fins lucrativos que gerencia e desenvolve programas e projetos sociais com ênfase nas áreas de saúde, educação, formação e assistência social. A instituição iniciou suas atividades em duas congregações religiosas católicas da Itália, a Congregação dos Filhos da Imaculada Conceição e as Irmãs de Nossa Senhora Consoladora, que deixou de fazer parte da SCNA em 2019.