Por João Zisman
Governar é, antes de tudo, um exercício de responsabilidade coletiva. Não há espaço para vaidades ou retaliações pessoais quando se assume a missão de conduzir os destinos de uma cidade, de um estado ou de um país. A vitória nas urnas não é uma licença para perseguir adversários nem um troféu a ser ostentado. É um compromisso com o bem-estar de toda a sociedade — inclusive daqueles que, por convicção ou circunstância, optaram por outros caminhos. O governo é de todos, porque o povo é um só.
A política, por natureza, é espaço de divergências. Mas governar exige a habilidade de transformar o dissenso em diálogo e o debate em construção. A busca pelo consenso não significa abrir mão de princípios, mas compreender que os melhores resultados surgem da convergência de ideias distintas, sempre com foco no interesse público. Respeitar o contraditório é sinal de maturidade política e institucional. Afinal, o verdadeiro líder não teme críticas; ao contrário, escuta, pondera e evolui.
Manter o equilíbrio emocional diante de pressões, provocações e críticas faz parte da maturidade que se espera de quem lidera. Gastar energia com disputas estéreis ou debates menores é desviar-se do verdadeiro propósito da gestão pública: melhorar a vida das pessoas. O foco deve estar nas entregas concretas e nas soluções para os problemas reais da sociedade. Estradas, escolas, hospitais e segurança não têm partido político. O cidadão quer resultados, não discursos inflamados.
Governar com responsabilidade significa entender que não há espaço para revanchismos. O tempo gasto em retaliações é o tempo perdido em entregar obras, criar oportunidades, melhorar serviços. A sociedade cobra eficiência, transparência e compromisso. O governante que se apega a disputas pessoais mostra fraqueza, não força. Mostra que está mais preocupado com seu ego do que com a coletividade.
É preciso ter a clareza de que o voto é apenas o início de uma jornada. A partir da posse, cada cidadão passa a ser representado, independentemente de suas escolhas eleitorais. Essa consciência deve orientar cada decisão, cada política pública, cada diálogo com a sociedade. Não há espaço para excluir ou ignorar quem pensa diferente. Governar exige humildade para reconhecer erros, coragem para tomar decisões difíceis e sabedoria para construir pontes onde antes existiam muros.
O caminho correto a ser percorrido é aquele que coloca o interesse público acima de qualquer vaidade ou pressão. Isso exige foco, disciplina e, sobretudo, compromisso com a verdade. Quando se governa para todos, sem distinção, a gestão se torna mais eficiente, mais justa e mais duradoura.
No fim das contas, o legado de uma gestão não será medido pelo número de adversários calados, mas pela quantidade de vidas transformadas. Porque governar é servir. E quem serve com humildade, equilíbrio e foco no bem comum faz história de verdade.
João Zisman é jornalista e secretário de Comunicação Social da Prefeitura de Foz do Iguaçu.
com informações do Diário de Foz, parceiro do Busão Foz
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