As incertezas econômicas no Brasil e no exterior fizeram a bolsa de valores fechar em baixa pelo terceiro dia seguido e atingir o menor nível desde maio. O dólar subiu pela segunda sessão consecutiva e voltou a superar R$ 5,25.
O índice Ibovespa, da B3, fechou o dia aos 120.701 pontos, com recuo de 1,11%. O indicador está no nível mais baixo desde 12 de maio. No início da tarde, o índice chegou a operar próximo da estabilidade, mas perdeu força e voltou a cair nas horas finais de negociação.
O dólar comercial encerrou vendido a R$ 5,256, com alta de R$ 0,035 (+0,67%). A cotação chegou a cair para R$ 5,21 na mínima do dia, por volta das 14h15, mas subiu, influenciada pelo adiamento da votação da reforma do Imposto de Renda e pela alta nos preços ao produtor nos Estados Unidos.
A decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, de adiar a votação do relatório do projeto que reformula a cobrança de Imposto de Renda por falta de acordo nos repasses para os estados criou tensão no mercado financeiro. Os investidores têm receio de que novas concessões aos governos locais reduzam a arrecadação.
O mercado também reagiu às indefinições em torno da proposta de emenda à Constituição que permite o parcelamento de precatórios (dívidas do governo com sentença definitiva da Justiça). O impacto fiscal do programa Auxílio Brasil, que pode criar despesas permanentes fora do teto de gastos, também contribuiu para a instabilidade.
No exterior, o mercado foi pressionado pela divulgação de que os preços ao produtor nos Estados Unidos tiveram, em julho, a maior alta anual desde 2010. Os dados reforçam a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) terá de antecipar a retirada dos estímulos – juros baixos e compra de títulos – concedidos durante a pandemia de covid-19.
Ontem (11), o ambiente internacional estava favorável porque a inflação ao consumidor nos Estados Unidos tinha desacelerado em julho. No entanto, os preços ao produtor costumam ser parcialmente repassados aos compradores, indicando que a inflação para o consumidor pode voltar a subir nos próximos meses.
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