Fabiano Kipper Mai está preso preventivamente por homicídio quíntuplo triplamente qualificado e uma tentativa de homicídio triplamente qualificado
O autor do ataque a creche que vitimou três crianças e duas professoras em Saudades (SC) agiu sozinho, planejou a ação por meses e tentou comprar arma de fogo, mas não conseguiu. Fabiano Kipper Mai, 18, confessou o crime e pretendia se matar.
O inquérito foi concluído e as informações foram divulgadas pelo delegado responsável, Jerônimo Ferreira, nesta sexta-feira (14). Foram ouvidas 20 testemunhas e analisados materiais eletrônicos.
Kipper Mai está preso preventivamente por homicídio quíntuplo triplamente qualificado e uma tentativa de homicídio triplamente qualificado.
O delegado nega que o jovem tenha algum tipo de problema psicológico que possa impedir sua punição criminal.
“É uma pessoa normal, com absoluta consciência do que iria fazer. Tinha determinação, sabia exatamente o que queria e agiu sozinho, de forma premeditada. Não há qualquer indício de que alguém tenha o auxiliado, mas ele tem sim que ser responsabilizado pelos crimes graves e cruéis que cometeu”, disse.
A defesa do jovem solicitou à Justiça um exame para avaliar sua sanidade mental, mas o pedido foi negado.
Na manhã do dia 4 de maio, Kipper Mai foi trabalhar normalmente na empresa de produção têxtil, saiu no intervalo, por volta das 9h, foi em casa e depois pedalou até a creche, onde ele pretendia matar o máximo de pessoas possível.
Sobre a motivação do crime, o delegado explicou que, embora Kipper Mai não tivesse acesso à deep weeb, ele tinha contato com material e ideias violentas, além de pessoas próximas que pensavam parecido.
“Ele passou a alimentar um ódio generalizado nos últimos meses e resolver descarregar em alguém. Primeiro, pensou em atacar pessoas do seu convívio, colegas. Tentou comprar uma arma de fogo de várias formas e não conseguiu. Aí achou que não daria conta de enfrentar essas pessoas com uma faca e decidiu atacar a creche. Foi um ato ainda mais covarde. Eram pessoas que não tinham nada a ver com ele e muito mais frágeis”, explicou o delegado.
Segundo os depoimentos, Kipper Mai era um jovem isolado, com dificuldade de se relacionar. “Em um nível muito acima do normal”, disse Jerônimo Ferreira. “Por exemplo, a família se reunia para jantar e ele ia comer no quarto. Precisava comprar uma roupa, ele pedia para a mãe.”
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