A importância da arte do comércio para a economia do estado e o cotidiano dos paranaenses ganhou destaque na noite desta terça-feira (16) durante solenidade realizada na Assembleia Legislativa do Paraná, que celebrou o Dia do Comerciante. “Nós temos que estimular o comércio para gerar empregos e arrecadação para os municípios. Este estímulo passa também pelo incremento da indústria do turismo sustentável”, afirmou o deputado Ney Leprevost (PSD), 2º vice-presidente da Assembleia e proponente da homenagem prestada aos comerciantes do estado.
Segundo ele, é essencial enaltecer quem gera empregos, aqueles que garante um trabalho com carteira assinada para milhares de cidadãos, o que significa dignidade para o trabalhador, para as famílias paranaenses. “Colocamos o Paraná em primeiro lugar de empregabilidade do Brasil via sistema SINE (Sistema Nacional de Emprego), capacitamos milhares de trabalhadores através das Carretas do Conhecimento e conquistamos para Paraná o maior salário mínimo regional do país, mesmo durante a pandemia”, destacou Leprevost. Ele estava se referindo, especialmente, a ações implementadas durante sua gestão como Secretário de Justiça, Família e Trabalho do Estado, cargo exercido no Governo de Carlos Massa Ratinho Júnior. “Naquele momento, testemunhei – ao longo da pandemia provocada pela Covid-19 – que muitos empreendedores, empresários e industriários se sacrificaram para garantir os empregos e manter seus negócios abertos”, citou. O parlamentar aproveitou a oportunidade para agradecer a todos os comerciantes, pequenos e grandes, que com dedicação e trabalho árduo de todos os dias fazem a diferença na vida das cidades. “Este momento reconhece e valoriza o esforço de cada um de vocês”, sublinhou.
“Não esperava alcançar esses resultados. É uma honra estar aqui”, confessou uma das homenageadas, a empresária e fotógrafa curitibana Mônica Balestieri Berlitz. Ela é a fundadora do Clube da Alice – comunidade feminina criada há 10 anos no Facebook, e falou durante a solenidade em nome das empreendedoras. “Esse reconhecimento é motivo de grande emoção para todas as Alice’s”, disse. Ela lembrou que teve a ideia de criar um “país das maravilhas” particular com o propósito de fomentar o empreendedorismo feminino através das conexões geradas por suas amigas que também chamaram outras amigas. A ideia deu tão certo que no primeiro final de semana o Clube já contava com mais de 2.000 participantes. E, na mesma intensidade desse propósito veio a multiplicação do número de participantes, somando hoje mais de 670.000 participantes, que juntas fomentam e incentivam o empreendedorismo feminino, além das interações e debates relacionados aos assuntos do universo da mulher. Aproximadamente 84% de suas participantes residem em Curitiba e Região Metropolitana, enquanto os outros 16%, na sua grande maioria, têm alguma ligação com a Capital paranaense. Para o empreendedor Ricardo Rached, proprietário do Café do Teatro, espaço que oferece ao público a combinação de café com apresentações cênicas, e conta ainda com área de exposições no segundo piso, a homenagem também representa uma honra: “É uma importante valorização para quem movimenta a economia”, afirmou. O Café do Teatro tem uma história de mais de 35 anos, está localizado no Centro de Curitiba – pertinho do Guairinha, e sempre buscou valorizar a cena artística e cultural da cidade. Rached citou as inúmeras dificuldades que afligem e impactam hoje a economia do país como fatores que exigem muita persistência dos comerciantes, de quem decide empreender no Brasil. “Esse reconhecimento valoriza o trabalho de quem enfrenta, diariamente, novos desafios”, acrescentou.
Durante a solenidade, um tributo ao parnanguara Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Serro Azul, Patrono do Comércio Paranaense, e principal figura defensora da constituição da Associação Comercial do Paraná (ACP), foram outorgadas menções honrosas a comerciantes de inúmeros segmentos. Marcaram presença na sessão especial, que lotou o Plenário da Casa de Leis e foi transmitida ao vivo pela TV Assembleia e redes sociais oficiais, o deputado estadual Do Carmo (União), o deputado federal Felipe Francischini (União), o vereador Alexandre Leprevost – representando a Câmara Municipal de Curitiba, autoridades de diversos outros municípios, lideranças, familiares e amigos dos homenageados.
Tributo ao Barão do Serro Azul
O Dia do Comerciante é uma data estabelecida através da Lei estadual nº 18.148/2014 – de autoria do próprio Ney Leprevost – que consagra o empresário Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Serro Azul, como Patrono do Comércio Paranaense, a ser comemorado anualmente em 16 de julho. Ele é apontado como um dos principais fundadores da Associação Comercial do Paraná (ACP), entidade constituída, formalmente, em 1890, e tornou-se seu primeiro presidente. Temos ainda, de iniciativa do então vereador Fabiano Braga Côrtes Junior, a Lei municipal nº 8.105/1992, que considera o Barão do Serro Azul o Patrono do Comércio de Curitiba.
Ildefonso Pereira Correia nasceu em Paranaguá no dia 6 de agosto de 1849. Tornou-se o maior exportador de erva-mate do Paraná no século XIX, além de se destacar como importante figura política e empresarial, inclusive como líder abolicionista. Entre 1870 e 1890, foi considerado o maior produtor de erva-mate do mundo. Durante a Revolução Federalista, em 1893, negociou com os chamados maragatos para proteger a população da Capital paranaense dos rebeldes. Por causa disso, foi considerado traidor da República, presidida por Floriano Peixoto, sendo executado no dia 20 de maio de 1894, na Serra do Mar, região do litoral do estado. Sua história começou a ser revisitada nas décadas de 1940 e 1950, quando ocorreu o resgate de sua memória. Em dezembro de 2008, Ildefonso Pereira Correia teve o seu nome incluído no Livro de Aço dos Heróis Nacionais, depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, memorial cívico localizado em Brasília.
No Brasil, o Dia Nacional do Comerciante (ou Dia do Empresário do Comércio) é comemorado desde 1953, quando o então presidente da República, João Café Filho, sancionou uma lei (Lei federal nº 2.048, de 26 de outubro de 1953), em memória ao nascimento de José Maria da Silva Lisboa, o Visconde de Cairu. Baiano de Salvador, ele foi economista por formação acadêmica, deputado, senador e secretário da Fazenda Real, responsável pela criação de leis que beneficiaram o iniciante comércio brasileiro, na época totalmente dependente de Portugal. Sua ação ficou reconhecida com a assinatura da histórica Carta Régia, de 28 de janeiro de 1808. Por ela, D. João VI, aconselhado pelo Visconde, abriu os portos brasileiros ao comércio exterior. Assim, com o livre comércio, a estrutura colonial se rompeu, e a partir de então o comércio brasileiro passou efetivamente a se desenvolver.
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