A Assembleia Legislativa do Paraná deverá enviar em breve ao governo federal uma moção de apoio para o que o Brasil participe de forma efetiva da Cúpula pela Paz, que será realizada na Suíça em julho a fim de buscar caminhos que ponham fim ao conflito entre a Ucrânia e a Rússia, fruto da invasão russa.
O pedido foi feito por uma comitiva de lideranças religiosas ucranianas ao presidente da Casa, Ademar Traiano (PSD), durante reunião nesta terça-feira (21), intermediada pela deputada Márcia Huçulak (PSD).
O grupo de 14 pessoas, de diferentes denominações religiosas e também com representantes brasileiro, veio ao país (Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília) defender ações pela paz e de reforço à solidariedade ao povo ucraniano. A agenda também incluiu uma reunião com o vice-governador Darci Piana.
“O apelo do grupo é para que o presidente da República do Brasil esteja presente [na Suíça], para trabalhar a possibilidade de um acordo de paz”, disse Traiano. “Não vejo dificuldades em encaminhar esse pedido”.
De acordo com Márcia Huçulak, o conflito, que se desenrola desde fevereiro de 2022, vem gerando uma tragédia na forma de mortes, flagelos e danos sociais e econômicos gigantescos ao povo ucraniano.
Estimativas apontam que o conflito pode já ter gerado até 700 mil mortes dos dois lados (não há números oficiais, no entanto).
De acordo com o reverendo Anatoliy Raychynets, presidente do Conselho de Igrejas da Ucrânia, órgão que reúne representantes de todas as denominações religiosas no país e líder do grupo, o Brasil é líder no continente e exerce influência sobre os demais países da região. “[Presidente da Ucrânia, Volodymyr] Zelensky quer o Brasil na conferência”, disse Raychynets.
Conforme noticiário divulgado pela imprensa nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou que não iria participar da cúpula suíça.
Guerra
Segundo Raychynets, os bombardeios russos no país são diários e atingem, inclusive, a população civil.
“O inimigo está com ódio contra nossa nação, por isso compartilhamos nossa dor e pedimos apoio”, disse o reverendo. “Rogamos a Deus para que os líderes mundiais ajudem a acabar com o conflito.”
Estreitamento de relações
Na avaliação da deputada Márcia Huçulak, além de inserir o Paraná nas negociações para viabilizar o fim da guerra, a vinda da comitiva ajuda a estreitar os laços entre o Paraná e a Ucrânia. “Nossa estado é a principal cada do povo ucraniano no Brasil e na América Latina”, disse, lembrando que o Paraná abria cerca de 500 mil descendentes.
“Temos historicamente uma agenda comum, desde que um grande número de ucranianos escolheu esta terra para construir suas vidas, e trouxe tantas contribuições ao nosso desenvolvimento.”
Participantes
A comitiva ucraniana era composta por: Reverendo Anatoliy Raychynets, bispo Oleksandr Babiychuk (Igreja Pentecostal na Ucrânia), reverendo Oleksandr Pavenko (pastor da Igreja Pentecostal), bispo Oleksandr Yazlovetskyi (Igreja Romana Católica da Ucrânia), reverendo Stanislav Nosov (presidente da Conferência Ucraniana da Igreja Adventista do Sétimo Dia), reverendo Igor Bandura (União de todas as Igrejas Batistas e Igrejas Evangélicas), padre Rostyslav Vorobii (secretário da Comissão Sinodal e Inter-Cristãs), Ivan Rusyn (presidente da Seminário Ucraniano Teológico Evangélico), Oleksandr Zaiets (diretor do Instituto da Liberdade Religiosa), pastor Jonas Linder (secretário Regional Sul da Sociedade Bíblica Brasil), reverendo Paulo Teixeira (secretário de Traduções e Publicações da Sociedade Bíblica), Mariano Czaikowski (Cônsul Honorário da Ucrânia em Curitiba), pastor Vitalii Arshulik (de Prudentópolis) e Vitório Sorotiuk (presidente da Representação Central Ucraniana no Brasil).
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