Assembleia Legislativa debate os reflexos para o Paraná da Lei Orgânica Nacional das Polícias Civis (LONPC)

A audiência pública desta quarta-feira (06), no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Paraná, abordou a Lei Orgânica Nacional das Polícias Civis (LONPC) e seus reflexos na Polícia Civil no Paraná. A proposição dos deputados Delegado Tito Barichello (União Brasil), Delegado Jacovós (PL), Ricardo Arruda (PL), Soldado Adriano José (PP) e da deputada Flávia Francischini (União Brasil) buscou atender o disposto no parágrafo único do artigo 2º da aludida Lei, que prescreve serem “os entes federativos responsáveis por editar suas próprias leis sobre as matérias disciplinadas nesta Lei, de forma suplementar, bem como exercer competência legislativa plena em relação às não disciplinadas”.

O proponente e presidente da audiência pública, líder do Bloco Parlamentar de Segurança Pública na Assembleia, deputado Delegado Tito Barichello (União Brasil), destacou a importância de chamar toda classe policial atingida para construir um amplo debate a respeito. “Esta audiência pública é importantíssima para a sociedade paranaense, para a Polícia Civil e para todos aqueles que querem segurança pública. Porque agora, nós temos uma Lei Orgânica Nacional aprovada, que tramitou durante 16 anos. É uma Lei que ela não obriga os estados efetivamente a seguir no seu conteúdo. Ela direciona e dá diretrizes. Por isso, cabe a cada estado adequar, dentro da sua legislação estadual, essas diretrizes nacionais”.

“Existem inúmeras situações nessa Lei importantes para a Polícia Civil e para o Estado do Paraná. Por exemplo, a questão da nomenclatura, uma nomenclatura única de oficiais da Polícia ao invés de agentes; a questão dos concursos públicos em que se exige a prova oral, entre outros requisitos; a questão da participação de todas as representações policiais no Conselho da Polícia, que isso acaba levando mais democracia para o Conselho da Polícia. Enfim, são assuntos que precisam ser debatidos e, juntos chegarmos a uma construção daquilo que é imprescindível para o Paraná dentro destas normas diretivas nacionais”, concluiu o líder do Bloco Parlamentar da Segurança Pública, deputado Tito Barichello (União Brasil).

A coordenadora da Frente Parlamentar de Proteção à Saúde Mental, deputada Ana Julia (PT), participou da audiência pública e salientou estar “muito feliz em termos uma mesa com tantos atores que fazem parte da estrutura do estado e que vão pensar de fato, como implementar esta Lei Orgânica Nacional das Polícias Civis no estado do Paraná. Registro meu total comprometimento para que possamos fazer isso da melhor forma possível no Paraná, mas que também possamos ajudar a construir esta implementação nacionalmente”.

O que prevê a nova Lei

A Lei Orgânica é autoaplicável, mas não é impositiva. Ela determina que os estados se adequem, mas ela não estabelece, por exemplo, um prazo, porque entendeu o legislador, que cada estado vai ter sua peculiaridade em razão do seu nível de organização. Para os policiais civis participantes, a Lei preenche uma lacuna histórica decorrente da inexistência de uma Lei Nacional das Polícias Civis, além de permitir segurança jurídica aos profissionais de segurança pública civis dos estados federados. A Lei Nacional passa a servir como referencial de normais gerais para as Leis Orgânicas de Estados e do Distrito Federal.

Na essência, a Lei trata de estrutura, organização, competências específicas e funcionamento de unidades. Aborda requisitos para acesso a cada cargo, com as devidas promoções e progressões, além das atribuições funcionais, com direitos, prerrogativas, garantias, deveres e proibições A nova Lei também traz regras para concurso e uma lista de benefícios para integrantes da ativa e aposentados.

Entre os direitos e garantias da categoria estão listados o documento de identidade funcional válido em todo o território nacional, o registro e porte de arma de fogo, o trânsito livre em recinto público, a prioridade nos serviços de transporte e de comunicação pública e garantias à policial civil gestante e lactante de indicação para escalas e rotinas de trabalho compatíveis com a sua condição. A lista de princípios institucionais inclui, por exemplo, a proteção da dignidade humana e dos direitos fundamentais, a resolução pacífica de conflitos, a participação e interação comunitária, a autonomia, imparcialidade e o uso diferenciado da força para preservação da vida.

A audiência contou com a parceria do Sindicato das Classes de Policiais do Estado do Paraná (SINCLAPOL), representado pela presidente Valquíria Gil Tisque, elogiou a realização da audiência pública como um esforço conjunto para discutir e planejar a implementação da Lei no Paraná. “A Lei Orgânica Nacional da Polícia Civil (LONPC) já está em vigência, não há mais o que debater em Brasília. O que se tem que debater agora são os estados da federação e a sua implantação. Aqui no estado do Paraná há essa necessidade de se implantar e adequar a legislação estadual diante desta nova legislação federal. Em geral a nova Lei valoriza o cargo do Policial Civil, valoriza a Instituição, traz um avanço, traz tecnologia, traz cientificidade, tecnicidade, para o trabalho do Policial Civil nas investigações, que é a nossa atividade primordial. E, claro, traz um conjunto importante de resultados efetivos para a população. Por isso, não somente a categoria ganha com isso, mas toda a população paranaense”.

Os debatedores que compuseram a mesa de autoridades foram, além do proponente e presidente da audiência pública, líder do Bloco Parlamentar de Segurança Pública na Assembleia, deputado Delegado Tito Barichello (União Brasil); a coordenadora da Frente Parlamentar de Proteção à Saúde Mental, deputada Ana Julia (PT); a vereadora eleita de Curitiba, Delegada Tathiana Guzella (União Brasil); o secretário Municipal de Defesa social e Trânsito de Curitiba, Péricles Matos; a presidente do sindicato das Classes Policiais civis do Estado do Paraná (Sinclapol), Valquíria Gil Tisque; o presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do estado do Paraná (Sindepol), delegado Luis Gustavo Timossi; o vice-presidente da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol) – região Sul, Claudio Abel Wohlfart e o diretor secretário da Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Paraná (Adepol-PR), delegado Gutemberg Luiz Neves Ribeiro.