Amazônia vira ponto central na nova relação EUA e Brasil

Desde a citação de Joe Biden, durante a campanha americana à presidência, à Amazônia, o mundo está observando o que acontece no estado brasileiro. Para economista e analista político que atua nos EUA há mais de 30 anos, o momento de visibilidade deve ser utilizado pelo governo do estado para abrir portas ao comércio internacional.

A Balança Comercial do Amazonas apresentou, em julho deste ano, crescimento tanto nas importações quanto nas exportações do mercado local. As exportações aumentaram 43,20% na comparação com julho de 2019, e 14,70% em relação a junho de 2020. Os valores exportados somaram US$ 80,10 milhões. Os dados são do próprio estado. O aumento das exportações é reflexo da recuperação das atividades do Polo Industrial de Manaus.

O Polo registrou, somente em julho, um crescimento de mais de 300% na exportação de motocicletas, por exemplo. Para o economista e analista político, que atua nos EUA e preside a consultoria Oxford Group, Carlo Barbieri, o momento é extremamente oportuno para que o governo do estado promova a força de seus produtos e utilize o Polo de Manaus para ampliar espaço no mercado internacional.

“É o momento ideal para promover produtos industrializados da zona franca de Manaus que tem mão de obra qualificada. É fundamental que as empresas do Amazonas, atuem juntas para internacionalizem seu processo de comercialização. Elas precisam criar suas bases em outros países, assim como empresas do Sul do Brasil estão fazendo. Nos EUA, por exemplo, são mais de duas mil formas de apoio dos governos federal e estaduais para apoiar a entrada de empresas estrangeiras no país”, explica Carlo Barbieri.

Para o economista, todo o movimento que o estado do Amazonas, endossado pelo Governo Federal, realizar, com o selo de não destruição da mata e responsabilidade ambiental, fará com que o mundo tenha mais sensibilidade para absorção dos produtos brasileiros. “Oportunidade única para os produtos brasileiros alcançarem o mercado de 21 trilhões que é o PIB americano e a partir de então atingir os mais de 100 trilhões de dólares que é o PIB mundial”, defende o economista Carlo Barbieri.

Para Barbieri é preciso inverter a lógica de oferta de produtos para o mercado interno e buscar o posicionamento destes no mercado internacional, em especial, o americano. “É possível conseguir, inclusive, tarifas especiais nos EUA, por exemplo”, pondera o economista.

As Importações do Amazonas em julho deste ano somaram US$ 744,36 milhões, o equivalente a 6,47% de participação nas importações do Brasil. A retomada das atividades das indústrias do Polo Industrial de Manaus melhorou o desempenho das importações, com aumento de volume em cerca de 20,31%, na comparação com junho de 2020. Estados Unidos e China seguem sendo os principais países que importam do Amazonas. Para Barbieri, a vigilância ambiental que o mundo empreenderá, a partir do Presidente americano eleito, Joe Biden, pode ser a publicidade necessária para ampliação do espaço a produtos brasileiros.

“É a hora usar a inteligência e a visibilidade para ganhar espaço aos produtos brasileiros não apenas do Amazonas mas de todo o Brasil. Nossa principal estratégia comercial deveria focar na biodiversidade e na proteção da floresta. Biden garantirá a visibilidade e essa atuação americana pode ser a força que o Brasil precisa para virar a página com outros países do mundo e conseguir espaço para seus produtos. Trata-se de usar a imagem da Amazônia para sermos ainda mais internacionais”, afirma Carlo Barbieri.