Acidentes no transporte de Curitiba têm queda de 25% desde 2016

O número de acidentes registrados no sistema de transporte de Curitiba caiu 25% entre 2016 e 2019. Segundo levantamento da Urbanização de Curitiba (Urbs), ocorreram 2.141 acidentes envolvendo ônibus no ano passado, entre colisões, atropelamentos e quedas. Em 2016, foram 2.865 acidentes.

Novas tecnologias, renovação da frota de ônibus, treinamento de motoristas e aperfeiçoamento dos serviços de manutenção dos veículos ajudam a explicar a diminuição nos acidentes, na avaliação do presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto. 

Curitiba avança com a maior renovação da frota dos últimos anos – em março o município ganha mais 63 veículos, somando um total de 400 novos ônibus desde 2017.  

Os veículos são equipados com alta tecnologia, como a que garante a redução automática da velocidade dos biarticulados nas canaletas quando próximos a locais de grande fluxo, como shoppings, praças e escolas. Os ônibus novos também possuem pneus e sistemas de frenagem mais eficientes. 

Nas canaletas dos expressos, o número de acidentes caiu 18%, de 634 para 518 na comparação entre 2016 e 2019.

Entre os acidentes do ano passado envolvendo ônibus na cidade, a maior parcela foram colisões (1.621), quedas (243), atropelamentos (115) e outros (162), que incluem, por exemplo, situações em que o ônibus colide com grade de terminal, atropelamento de animais e quebra de vidros devido a galhos e fios baixos.

Para o presidente do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba (Setransp), Mauricio Gulin, a queda no número de acidentes é resultado de um conjunto de ações, mas com destaque ao investimento das empresas na capacitação.

Treinamento

O treinamento constante dos motoristas tem como foco a direção defensiva, isto é, conduzir o ônibus de maneira a prevenir acidentes. Além disso, as equipes de manutenção das empresas estão em constante evolução. Em algumas garagens, o mecânico fica encarregado de cuidar sempre dos mesmos veículos. Dessa forma, ele conhece o histórico do carro, as inspeções já realizadas e suas características, explica Gulin. 

“O investimento em tecnologia é importante e necessário, mas não há tecnologia que supra um motorista bem treinado e equipes focadas em prestar sempre um serviço melhor”, destacou. 

Apesar dos avanços, ainda há muito que se fazer, na avaliação do presidente da Urbs, principalmente em relação à maior conscientização da população para evitar condutas de risco, como o uso de canaletas dos expressos por ciclistas e pedestres.  

É bom lembrar que a circulação de pedestres e ciclistas nas canaletas é proibida. As vias são exclusivas para circulação do transporte coletivo e para veículos que fazem atendimentos de emergência hospitalares e de segurança pública, mas continuam sendo utilizadas por uma parcela dos ciclistas na cidade. 
 
Agentes de trânsito e guardas municipais desenvolvem ações educativas, de forma periódica, para alertar motoristas sobre o respeito a ciclistas e, também, atividades específicas com ciclistas sobre condutas perigosas.