Sessão Solene em homenagem a Mulheres do Front reconhece trajetórias inspiradoras

Professoras, sindicalistas, lideranças comunitárias, religiosas, mães em defesa da educação pública, atletas e mulheres ligadas à defesa da causa feminista e ao movimento LGBTQIA+ foram homenageadas na Assembleia Legislativa do Paraná. Representantes das mais diversas pautas e lutas lotaram o Plenarinho na sessão solene em reconhecimento às Mulheres do Front. A deputada Ana Júlia (PT) escolheu 38 mulheres de vários setores por suas trajetórias incansáveis e inspiradora em busca de um mundo sem desigualdade e violência de gênero.

“São as mulheres que têm liderado muitas das lutas nas pautas das mulheres, dos trabalhadores, no combate às injustiças, às desigualdades sociais, e que cotidianamente dão a sua vida a essas lutas. São sindicalistas, professoras que defendem a educação pública, mães, servidoras, são as mulheres nas mais diversas espaços, de poder, da política, de representação da sociedade. Tem advogada, médica, engenheira, diarista, pedreira… Para nós é uma alegria muito grande poder homenagear essas mulheres”, afirmou a parlamentar.

A presidente do Sindicado das Costureiras de Cianorte, mais importante polo têxtil do Paraná, Bete Matos foi uma das homenageadas e fez questão de lembrar que sua categoria representou um marco na luta pelos direitos femininos. “Foram mulheres do setor do vestuário que deram início ao Mês da Mulheres, que lá no passado lutando por menor jornada de trabalho, por salário igual aos dos homens, acabaram mortas carbonizadas”, afirmou. No dia 8 de março de 1857, em Nova Yorke, operárias em greve foram trancadas dentro de fábrica de tecidos onde trabalhavam e o local foi incendiado provocando a morte de aproximadamente 130 tecelãs. A data marcou o Dia Internacional da Mulher.

“O mês de março é para comemorar, mas também para marcar que nós ainda não conquistamos tudo e precisamos continuar a luta. Já temos direito a voto, a ser votada, mas o Estado não acompanhou as nossas mães que trabalham. Nós precisamos de escola pública integral e de qualidade. Nós precisamos que o Estado assuma os nossos filhos enquanto nós trabalhamos e precisamos de jornada de trabalho menor”, acrescentou Bete Matos.

Fotógrafa, estudante de Ciências Sociais e mãe de duas crianças, Annie Libert foi escolhida por ser uma ativista da educação pública. “Estou muito feliz por estar aqui, porque essa luta pró-educação pública vem de dentro de casa. Eu coloquei meus filhos na rede pública por ideologia e opção, por entender que a escola pública tem que ser de todos e para todos. E a pauta da escola, da educação pública, é uma pauta feminina, tanto para as professoras quanto para as diretoras, são mulheres no Front, e as mães que estão lá, frequentando as reuniões, levando os filhos no portão da escola”, citou.

Militante feminista e defensora incansável dos direitos das mulheres, Marilda Ribeiro agradeceu o reconhecimento. “É uma satisfação ser homenageada neste espaço que lutamos para ocupar. E por uma deputada que nos representa e que reconhece a luta das mulheres e vem também do meio social, estudantil, que luta pela educação pública. Lutamos no movimento de mulheres justamente para ocupar os espaços que foram majoritariamente e historicamente ocupados pelos homens. Lutamos para que as mulheres sejam reconhecidas como sujeitas que constroem a história e possam intervir na política pública e nos rumos da política do nosso estado, do nosso país, dos nossos municípios”, defendeu.

Mais homenageadas

As outras homenageadas foram a integrante da direção estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Adriana Oliveira; advogada Ana Célia Pires Curuca; a primeira mulher presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais e Técnicos de Perícia (Simpoapar), Carolina Dias; a professora Célia Cristina Marochi; a presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba, Cristiane Paula Zacarias; a bancária e líder sindical Daniele Bittencourt Azevedo Perich (in memoriam), representada pelo marido Vitor Alexandra Perich; professora e sindicalista Diana Cristina de Abreu; líder comunitária Elizabete Ferreira; a militante a assessora parlamenta Haidê Maria Lima de Jesus; a pesquisadora na área de educação, Ingrid Adam; advogada e militante Inês Camargo; irmã catequista franciscana Anete Giordani; pedagoga e líder sindical Juliana Mildemberg; psicóloga forense Jeime Souza da Silva; presidente da Associação de Moradores da Vila Joanita, Junia Celle.

E também a ex-atleta profissional de lutas marciais Kinberly Novaes; produtora cultural Liziane Aparecida dos Santos Ghadieh; primeira presidenta do Sindicato de Trabalhadores da Construção Civil Curitiba (Sintracon), Maria Neuza Lima de Oliveira, representada por Rozeneide de Faria; a advogada, empresária e torcedora do Coritiba Marianna Libano; a sindicalista Marisa Stedile; a administradora do Sindipetro PR/SC, Mariley Olenhiki de Santana; advogada e vice-prefeita de Curitiba na gestão 2013-2016, Mírian Gonçalves; a professora e assessora parlamentar Natália Silva; agente cultural Pâmela dos Santos Alves; a biblioteconomista Patricia Baliski, representada por Gisley Menezes; a guarda municipal Rejane Soldani; a presidenta do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Básica, Técnica e Tecnológica do Estado do Paraná (Sindiedutec), Rosangela Gonçalves de Oliveira; a coordenadora das pastorais sociais no Regional Sul 2 da CNBB-Paraná. Salete Bez; a administradora Vera Nogueira; a policial civil e primeira mulher a presidir o Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná (Sinclapol); Valquiria Gil Tisque; a professora Vanda do Pilar Santos Bandeira Santana e a professora Walkiria Olegário Mazeto.