O júri popular em que é réu o ex-agente penal e militante bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho será realizado nos dias 11 e 12 de fevereiro, após três adiamentos devido estratégias e pedidos da defesa. Ele matou a tiros, em julho de 2022, o então tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu, o ex-guarda municipal Marcelo Arruda, no local onde este comemorava os 50 anos de idade, em uma festa temática em homenagem ao presidente Lula e seu partido.
Os familiares e amigos de Marcelo Arruda estão organizando uma caravana para acompanhar o julgamento do atirador, cujo crime está todo documentado pelo sistema de monitoramento do local onde ocorria a festa. O júri popular, no Tribunal do Juri em Curitiba, estão marcadas para iniciar às 9h30 e 10h dos dias 11 e 12 de fevereiro, respectivamente.
“Este será um momento crucial para reafirmarmos nossa busca por justiça e manter viva a memória e a luta de Marcelo”, diz o convite para a caravana. “Apesar dos desafios desta mudança de local e da dolorosa possibilidade de compartilharmos o mesmo espaço com o assassino, não mediremos esforços e seguindo ao lado da verdade e da justiça estaremos juntos/as na esperança desta condenação”.
“Estamos organizando a Caravana Marcelo Arruda e convidamos todas e todos a se somarem conosco nessa importante mobilização”, ressaltam os organizadores. Que completam: “Para isso, pedimos que preencha o formulário antecipadamente sua disponibilidade para comparecer aos dois dias do julgamento”.
“Dessa forma, podemos planejar o transporte e demais detalhes de forma organizada. Presença Sua é fundamental!”. Acesse o link para o formulário Clicando AQUI.
Cronologia
Marcelo Arruda, então tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu, comemorava os 50 anos no dia 9 de julho de 2022, com uma festa temática em homenagem ao seu partido preferido e o presidente Lula, então candidato. Jorge Guaranho, apoiador e militante do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que buscava a reeleição, participava de uma confraternização próximo ao local, quando ficou sabendo pelo celular de um amigo com acesso ao sistema de câmeras do local da festa.
Ele foi até o local na intenção de provocar Arruda e os presentes acompanhado da mulher e o filho ainda bebê. Após uma discussão com o aniversariante, Guaranho saiu avisando que voltaria e mataria “todos” que estavam na festa, o que ocorreu aproximadamente 15 minutos após. Imagens mostram o ex-agente penal, retornou sozinho, matando a tiros o ex-tesoureiro do PT, por não aceitar o tema da festa e a preferência política da vítima.
A afirmação é do Ministério Público (MPPR), que investigou e apresentou a denúncia. A avaliação é que houve intolerância político-partidária no caso. Ao alvejar a vítima, Guaranho também acabou atingido, permanecendo um mês internado em Foz do Iguaçu, antes de ganhar alta e ser levado para o Complexo Médico Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.
Adiamentos
A primeira data do julgamento do ex-agente penal ficou definida no dia 7 de dezembro de 2023. No entanto, o júri popular acabou remarcado para o dia 4 de abril de 2024 e acabou suspenso, depois que a defesa de Jorge Guaranho não teve os pedidos de adiamento aceitos pelo juiz e abandonou o plenário.
O novo julgamento, marcado para o dia 2 de maio de 2024, também foi suspenso, depois que o Tribunal de Justiça concedeu liminar favorável ao pedido de defesa de Guaranho, que alegou falta de imparcialidade no corpo de jurados e pedia que o júri fosse realizado fora da comarca de Foz do Iguaçu.
O atirador permaneceu detido em Pinhais até o dia 12 de setembro do ano passado, após a Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná conceder o Habeas Corpus autorizando a prisão domiciliar com monitoramento eletrônico para dele. De acordo com sua defesa, a medida é para que Guaranho pudesse realizar tratamento de saúde necessário.
Logo após a decisão, advogados que representam a família de Marcelo Arruda emitiram nota lamentando a decisão. De acordo com eles, amigos e especialmente familiares da vítima estavam devastados. “A família da vítima já não suporta tamanho sofrimento, seja pela ausência de Marcelo, ou, ainda, por não ver o seu assassino cumprindo pena pelo crime tão brutal que decidiu praticar”, afirmaram.
com informações do Diário de Foz, parceiro do Busão Foz
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