Paulo dá exemplo de civilidade e compromisso em reunião com professoras

Sobrecarga de trabalho e dificuldades para lidar com o alto índice de crianças, cada vez mais jovens, com transtorno de espectro autista foram as duas principais pautas levantadas por um grupo de professoras e diretoras de CMEI’s e escolas municipais num encontro com os candidatos Paulo Mac Donald e Thiago Kodama. Segundo as professoras são, ao menos, duas mil crianças com o TEA confirmado por laudo médico, em sala de aula. Porém, acreditam que existem outras quatro mil que apresentam sintomas, mas ainda não passaram por um especialista.

Além da ausência de um número exato das crianças afetadas, as professoras também têm dificuldade, sem o parecer médico, de determinar o nível do transtorno que atinge estas crianças. Sabe-se que o TEA pode apresentar quadros leves, moderados e severos. Cada um com um grau de dependência diferente, assim como terapias e atendimentos
diferenciados para cada nível do transtorno.

Hoje estas crianças estão inseridas no contexto escolar – muitas sem diagnóstico fechado – sem o devido acompanhamento médico e terapêutico. Mac Donald explicou para as profissionais que, se eleito, pretende dar assistência específica e diferenciada às crianças com TEA moderado e, principalmente, severo. “Vamos identificar estas crianças e elas serão atendidas numa clínica escola”.

Para facilitar a vida dos pais, estas crianças vão até às escolas e centros de educação infantil perto de suas casas e de lá serão transportadas por uma van da prefeitura até a Clínica Escola. “Vamos concentrar as terapias necessárias num único espaço. Num período a criança estuda e no contraturno ela recebe assistência médica e terapêutica. Assim, evitamos deslocamentos desnecessários e que tomam muito tempo dos pais”.

Paulo garantiu ampliar a rede de atendimento médico para estas crianças. “Quando conhecermos o número exato de pacientes, poderemos dimensionar a rede de saúde para que nenhuma fique sem atendimento médico”. O bate-papo com os professores ocorreu de maneira bastante interativa, com os profissionais expondo as situações vivenciadas e dando sugestões para o futuro governo.

LOTAÇÃO
Os professores também se mostraram interessados em debater com Mac Donald a proposta dele pela implantação de escola em tempo integral. Hoje a estrutura da rede municipal de educação está aquém das necessidades, sendo pouquíssimas as escolas e CMEIs que oferecem algumas turmas em período integral. A maioria dos alunos fica meio período em ambiente escolar.

Ainda assim, segundo relataram, é comum uma professora cuidar sozinha das turmas – mesmo as que são integradas por crianças com TEA – por cerca de quatro horas. As turmas têm em média 20 crianças e os recursos para ensino e lazer são precários!

Neste cenário, os professores pouco podem oferecer aos alunos, acabam sofrendo stress e – muitos – se afastando por doenças ocupacionais. “Nossa meta é que as 30 mil crianças fiquem em tempo integral na rede municipal, mas para isso precisamos rever a capacidade física e de recursos humanos. Não é justo sobrecarregar os professores por ineficiência da gestão”, finalizou Paulo.

com informações do Diário de Foz, parceiro do Busão Foz