No retorno das sessões plenárias nesta segunda-feira (05), o Grande Expediente recebeu a palestra da vice-presidente da Associação Paranaense de Pneumologia e Tisiologia (APPT), doutora Lêda Maria Rabelo como uma das atividades da Semana de Enfrentamento e Conscientização à Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), à Asma e ao Tabagismo.
A campanha foi instituída pela Lei estadual nº 21.943/2024 de autoria da deputada Cristina Silvestri (PP) que teve como coautores a deputada Márcia Huçulak (PSD), líder do Bloco Parlamentar da Saúde Pública e o deputado Tercilio Turini (MDB), presidente da Comissão de Saúde Pública. O objetivo é de realizar na primeira semana de agosto ações de conscientização, prevenção e promoção de esclarecimentos relativos às doenças respiratórias citadas.
Para a autora da Lei, deputada Cristina Silvestri (PP), “são casos que conhecemos e vemos as pessoas sofrerem. Por isso, tomamos essa iniciativa pelo número altíssimo de pessoas com DPOC, com asma, e tudo isso provocado pelo tabagismo na maior parte. Estamos nessa campanha de trazer esta conscientização à população, o conhecimento, como muito bem a doutora Leda explica. As pessoas muitas vezes não têm o conhecimento da gravidade da situação. Então acho que com palestras, com informações, com espirometria, e a última vez que fizemos aqui na Assembleia, muitas pessoas nem sabiam que tinham o problema e foram descobrir quando fizeram o exame. Então acho que isso é muito importante e também termos o apoio do Estado para que se possa difundir pelo Paraná todo a campanha”.
A vice-presidente da Associação Paranaense de Pneumologia e Tisiologia (APPT), doutora Lêda Maria Rabelo disse que “o cenário do Paraná é bem parecido com o do Brasil em relação a diagnóstico. Nós temos muito poucos equipamentos de espirometria na saúde pública, porque o diagnóstico da DPOC, que é a doença pulmonar obstrutiva crônica, ou enfisema, ou bronquídea tabágica, que é a mesma coisa, é confirmado com uma espirometria. Um exame relativamente simples, barato, mas de difícil acesso na rede SUS. Aqui em Curitiba só tem um no Hospital de Clínicas que tem o equipamento que é disponível para o SUS. E a fila de espera é gigantesca, próximo de 1.800 pessoas estão nessa fila de espera. E a fila de espera já chegou a ser dois anos e meio. Então temos muita dificuldade de acesso ao diagnóstico, isso que é difícil. Enquanto isso, o paciente fica, às vezes interno, num quadro grave, no meio de deficiência respiratória, e não tem o diagnóstico ainda, o diagnóstico é feito na internação”.
A doutora Lêda também ressaltou a grande preocupação com a asma. “A asma é uma doença que atinge praticamente 10% da população adulta brasileira e 20% das crianças e adolescentes. E nós temos no Brasil uma política de medicação excelente para a asma, que pega praticamente todas as suas fases. No entanto, na asma mais grave, ficou um déficit do Ministério da Saúde em relação a uma medicação que se chama anticolinérgico de longa duração, que o Ministério da Saúde não libera e o Estado também não libera. E existem alguns pacientes que precisam dessa medicação. Nessa iniciativa, a deputada Cristina tomou uma iniciativa de tentar conseguir junto ao Estado do Paraná a liberação desse medicamento para apenas pacientes com a doença mais grave e que tem um impacto muito intenso na sua vida. Nós estamos aguardando há quase um ano a liberação disso pela Secretaria Estadual de Saúde. A gente já teve uma notícia de que realmente isso é possível. Relocação de verbas, para que o governo estadual dispense essa medicação só para os asmáticos mais graves. Nós estamos encabeçando isso e lutando junto com a deputada Cristina para que essa medicação chegue a esses pacientes com asma mais grave”.
A Campanha
Na semana de conscientização, as atividades acontecem em várias cidades paranaenses, contando com palestras e mutirões de espirometria. Além disso, espaços públicos, inclusive o prédio da Assembleia, serão iluminados pela cor azul como forma de chamar a atenção sobre esse grupo de doenças pulmonares.
A programação da campanha prevê, entre os dias 6 e 9 de agosto, mutirões de espirometria, teste que avalia a função pulmonar e é feito com uma máquina chamada de espirômetro. O procedimento será oferecido gratuitamente em Curitiba, no dia 6, no Centro Curitibano de Atenção Especializada; em Londrina, no dia 7, no Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina (UEL); e em Guarapuava, no dia 9, no calçadão da Rua XV de Novembro.
Entre os desafios dos pneumologistas estão o diagnóstico tardio da doença, que pode não manifestar sintomas até os graus mais avançados, e a alta taxa de mortalidade. A DPOC é classificada como 3ª causa de morte, globalmente. A principal conduta para evitar a DPOC é não fumar qualquer tipo de cigarro e apostar no controle de todos os produtos fumígenos no Brasil. O diagnóstico precoce da doença é fundamental para preservar os pulmões por mais tempo, evitando a perda acelerada da função pulmonar.
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