Na última quarta-feira (17), técnicos da Eletrobras e da CET Brazil estiveram na Itaipu para um primeiro contato com a equipe técnica da binacional e visita às instalações da usina que se relacionam com o sistema de transmissão em Corrente Contínua de Alta Tensão (HVDC, na sigla em inglês) da Eletrobras.
A CET Brazil é a empresa contratada pela Eletrobras para implantação do projeto de revitalização do sistema HVDC, objeto do convênio firmado entre Itaipu e a empresa Furnas Eletrobras, hoje incorporada pela Eletrobras.
O HVDC é considerado estratégico por permitir que parte da energia de Itaipu chegue aos principais centros consumidores do país. A implantação deste projeto reforçará a segurança energética e dará maior confiabilidade ao sistema elétrico brasileiro.
Nessa reunião inicial com as equipes de Itaipu, foi feito um alinhamento dos aspectos do projeto de revitalização de modo amplo. Foram discutidos temas associados aos equipamentos de interface com Itaipu, modernização das ações de controle de emergência do sistema 50Hz e os estudos elétricos necessários para garantir a segurança do sistema. Além disso, foram tratadas algumas necessidades técnicas que a própria Itaipu tem a respeito da revitalização.
A agenda também incluiu uma inspeção visual ao Cubículo de Interface com a subestação Conversora, chamado de painel CIC, de propriedade da Eletrobras, que fica instalado na Subestação Isolada a Gás (GIS) de Itaipu, localizada no interior da central. A inspeção é necessária para a CET Brazil conhecer o painel e levantar informações para o planejamento da sua substituição, que está no escopo da modernização do elo HVDC.
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Este painel tem a função de fazer a interface entre os sinais de controle da Subestação de Foz do Iguaçu e a Subestação da Margem Direita. Um dos sinais mais importantes é a abertura da interligação Itaipu/ANDE por alguma contingência no HVDC.
Sistema
O sistema HVDC (do inglês High-Voltage Direct Current) da Eletrobras associado à Usina de Itaipu tem aproximadamente 800 km e conecta as subestações de Foz do Iguaçu (PR) e Ibiúna (SP). Ele é responsável pela transmissão da energia produzida pela Itaipu em 50Hz (frequência utilizada no Paraguai) e que não é consumida pelo país vizinho, sócio no empreendimento binacional.
Em Ibiúna, a energia é convertida para corrente alternada de 60Hz (padrão brasileiro) e transmitida para os grandes centros consumidores das regiões Sul e Sudeste. A subestação de Ibiúna está localizada a menos de 100 km do centro da cidade de São Paulo.
Sistemas de corrente contínua (CC) são ideais para transmitir grandes blocos de energia em longas distâncias, porque têm perdas menores, em comparação com a corrente alternada (CA). Além disso, para longas distâncias, o custo dos sistemas de transmissão em CC é menor, porque utiliza menos cabos e as torres são mais simples.
Convênio de Revitalização do HVDC
O convênio firmado entre Itaipu e Eletrobras prevê o investimento de aproximadamente R$ 2 bilhões e contempla a substituição completa dos principais componentes do Bipolo 1, nas subestações de Foz do Iguaçu e Ibiúna, além dos sistemas de supervisão, proteção e controle dos Bipolos 1 e 2. A previsão do término da revitalização é em 2026, além da operação assistida que vai ocorrer de 2027 a 2029.
Será a primeira reforma de grande porte deste sistema, que começou a operar há 39 anos. Por ele, já passaram 1,3 bilhão de MWh (megawatts-hora), ou seja, 43% dos mais de 3 bilhões de MWh produzidos pela Itaipu desde 1984, quando a usina começou a produzir energia.
com informações do Diário de Foz, parceiro do Busão Foz