O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSD) sustentou nesta segunda-feira, 15, que é preciso um debate em profundidade sobre todo o sistema logístico do Paraná para que a produção estadual possa ser movimentada de forma mais eficiente e com menor custo. “Quando falamos de logística, estamos falando do futuro do Paraná”, afirmou o deputado na Fiep (Federação das Indústrias do Paraná).
Romanelli representou a Comissão de Obras Públicas e Transportes da Assembleia Legislativa na reunião do Conselho Temático de Infraestrutura da Fiep, que tratou do transporte ferroviário. “Sem um avanço das ferrovias não teremos muitas soluções à vista nos próximos 30 anos, que é o prazo de concessão dos principais trechos da nossa malha rodoviária. Não há nenhuma rodovia alternativa projetada ou pensada”, afirmou.
O encontro na Fiep reuniu empresários, representantes de outros setores da economia, usuários da malha ferroviária e operadores logísticos e teve como foco o fim do contrato da malha ferroviária Sul (PR/SC/RS) previsto para 2027. No Paraná, as operações da concessão estão concentradas na ligação entre o Norte e o Noroeste com o Porto de Paranaguá e, na avaliação de Romanelli, há um custo alto do frete.
“Temos que questionar se há interesse do Paraná numa concessão regional ou se devemos tratar de uma opção que seja exclusivamente paranaense, que permita mais investimentos em eficiência dentro do Estado”, ponderou Romanelli, citando a necessidade de ampliar a integração logística com o Mato Grosso do Sul e com o Paraguai, que pode ser feita a partir da nova Ferroeste. “Este é um projeto arrojado, que merece atenção”, disse.
Janela
O presidente da Fiep, Edson Vasconcelos, destacou que o Paraná vive uma “janela de oportunidade” para discutir o tema, devido ao fim do período de concessão da Malha Sul, em três anos. O empresário ressaltou que o transporte ferroviário é importante principalmente para o interior onde está concentrada a maior parte da indústria alimentícia paranaense.
“O setor de alimentos hoje, que já é 40% da indústria do Estado, é o que mais usa”, explicou Vasconcelos. “É importante ouvir e estar próximo ao usuário para entender quais são as dificuldades que ele tem e os grandes gargalos que existem hoje nesse modal”, disse, salientando que atualmente apenas 17% das cargas que chegam ao Porto de Paranaguá são movimentadas pelo modal ferroviário.
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