Brasil – Material elaborado pela Amcham Brasil em parceria com a Prospectiva Consultoria traz temas como China, acordos e meio-ambiente
Oficializada a vitória do candidato Joe Biden pelo colégio eleitoral nos Estados Unidos, o que esperar da relação bilateral entre Estados Unidos e Brasil? De acordo com a última edição do relatório ‘Trump vs Biden’, elaborado pela Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil) e Prospectiva Consultoria, espera-se mudanças na administração interna e principalmente na política externa do democrata. Em relação ao Brasil, espera-se que o acordo já concluído sobre temas não tarifários seja mantido, em especial porque possui o apoio do setor empresarial norte-americano e não depende de aprovação do Congresso dos EUA para entrar em vigor. A análise completa está disponível para download aqui .
ACORDO BRASIL E ESTADOS UNIDOS
Por outro lado, a negociação de um acordo mais abrangente de comércio, envolvendo a redução de tarifas e outros temas mais intrincados, como serviços, propriedade intelectual e compras públicas, embora seja uma iniciativa bem vinda, está envolta de enorme complexidade. Para tanto, seriam necessárias consultas prévias ao Congresso americano e, do lado brasileiro, uma definição se as negociações ocorreriam em conjunto com o Mercosul ou de forma individual pelo Brasil – o que demandaria, nesse último caso, alteração das regras do bloco, em consenso com Argentina, Paraguai e Uruguai.
Além disso, a negociação de um acordo comercial envolvendo Brasil e EUA sempre será desafiador, em grande parte pelo fato de as economias serem muito parecidas em vários aspectos (ambos são grandes produtores de commodities agrícolas e produtos industrializados, como aço, alumínio e automóveis). Mais decisivo ainda, uma iniciativa dessa natureza não deve encontrar priorização na agenda comercial dos EUA, sobretudo nos primeiros anos da administração Biden.
Com a vitória de Biden, o tema da sustentabilidade e da preservação ambiental ganhará centralidade na agenda de comércio e de investimentos envolvendo o Brasil, assim como já ocorre hoje na relação do Brasil com os países europeus. A percepção sobre o compromisso brasileiro na área ambiental será determinante para os rumos do relacionamento com os EUA.
O FATOR CHINA
Outro ponto de atenção na relação bilateral deriva da crescente disputa geopolítica entre EUA e a China. Essa questão deve influenciar a agenda norte-americana para a América Latina e, em particular, para o Brasil. Apesar dos EUA deterem o maior estoque de investimentos estrangeiros em território brasileiro, seu crescimento anual vem diminuindo desde o início da década. Por outro lado, a China vem se tornando uma importante fonte de aporte de capitais no Brasil.
Os EUA precisarão reconquistar seu espaço na região e reforçar os instrumentos para viabilizar sua presença competitiva em temas que perpassam investimentos, 5G, cooperação científica, entre outros. A atuação de órgãos como o Eximbank, a International Development Finance Corporation (DFC) e projetos específicos na esteira da recente iniciativa Growth in the Americas (América Cresce), lançada em 2019, podem desempenhar papel importante.
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