Um pedido descabido movimenta o caso Tatiane Spitzner este mês. A defesa de Luís Felipe Manvailer solicitou judicialmente a mudança de onde ocorrerá o julgamento, em data ainda a ser marcada, de Guarapuava, onde ocorreu o crime, para Foz do Iguaçu. Segundo a defesa, os cidadãos de Guarapuava não seriam imparciais. Entre os motivos, alegados pelos representantes de Manvailer, estão a manifestação realizada na Praça 9 de dezembro, com 89 cruzes em memória à Tatiane, e um vídeo publicado no Instagram da Prefeitura, no Dia de Combate ao Feminicídio.
Para Gustavo Scandelari, representante da família Spitzner, no entanto, a solicitação não se justifica, uma vez que a causa ganhou ampla repercussão nacional e até internacional. No Facebook, por exemplo, a página Todos por Tatiane Spitzner, criada pela família, reúne mais de 44 mil pessoas, de diferentes regiões do país. “A própria defesa se contradiz quando afirma, no pedido, que também Curitiba seria uma cidade inadequada para a realização do Júri, por conta de manifestações que houve na capital. A defesa parece acreditar que pode ela mesma escolher o local do julgamento”. Scandelari lembra que a defesa afirma querer o Júri, mas tem feito pedidos protelatórios no caso, como o da oitiva do Governador do Estado.
Sobre o caso
Dois anos após o feminicídio de Tatiane Spitzner, a família espera pelo júri popular, cuja data está prestes a ser marcada. Aos 29 anos, a advogada foi morta por esganadura e jogada do prédio onde morava em Guarapuava. Imagens de câmeras de segurança mostram seu marido, Luis Felipe Manvailer, arrastando seu corpo da calçada para dentro do apartamento, limpando o sangue do local e depois fugindo, com outra roupa. Nas investigações, ficou apurado que em nenhum momento ele chamou por socorro nem tentou avisar a família de Tatiane. A defesa alega que ela teria se suicidado, mas laudos do IML apontam que ela foi morta dentro de sua casa e seu corpo foi jogado pela sacada onde vivia o casal.
Manvailer irá a júri popular acusado de homicídio qualificado por asfixia, meio cruel (as repetidas agressões filmadas) e feminicídio, além de responder por fraude processual, já que tentou apagar vestígios de sangue e moveu o corpo do local. O acusado está preso preventivamente desde 2018, quando foi detido enquanto fugia em direção ao Paraguai.
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