Movimento negro entrega bandeira nacional no Palácio Iguaçu

Representantes do Movimento Negro Organizado de Curitiba fizeram nesta quarta-feira (3) a entrega simbólica de uma bandeira nacional ao chefe da Casa Militar do Governo do Estado, tenente-coronel Welby Pereira Sales. O ato, acompanhado pela Superintendência Geral de Diálogo e Interação Social (Sudis), teve como objetivo repudiar a ação de vandalismo que queimou, na segunda-feira (01), a Bandeira do Brasil que fica hasteada em frente ao Palácio Iguaçu.

Uma nova bandeira foi colocada no lugar da que foi danificada. O espaço do Pavilhão Nacional, como é chamado o local em ficam os mastros com as bandeiras do Brasil e do Paraná, precisou ser higienizado por conta de pichações. Além disso, o mecanismo que conduz o hasteamento teve que ser consertado, já que havia sido danificado pelos vândalos.

Denilton Laurindo, assessor da Sudis e presidente do Grupo de Trabalho dos Povos e Comunidades Tradicionais do Paraná, explica que o Governo do Estado prima pelo diálogo com todos os movimentos sociais. “O governador Carlos Massa Ratinho Junior reconhece a importância do movimento negro e repudia todos os atos de racismo e de vandalismo”, disse.

“A manifestação de segunda-feira contra o racismo, e que reafirmou que vidas negras importam, é legítima. Alguns mal-intencionados que causaram malefícios à cidade e ao poder público, além de reconhecidos, precisam ser criminalizados pelo ato”, afirmou Laurindo. “Mas a manifestação é, de fato, uma luta legítima da população negra. Vidas negras importam e o enfrentamento ao racismo precisa ser discutido”, completou.

O chefe da Casa Militar também reafirmou que a luta do movimento antirracista é válida. “O que não podemos aceitar são os vândalos que vêm depredar e retirar a bandeira. Mas com certeza o Governo do Estado está sensível a todas as manifestações pacíficas. Estamos todos juntos”, disse.

Em um texto no site do Centro Cultural Humaitá, os ativistas negros esclarecem que os atos de vandalismo não correspondem à pauta do movimento e que foram feitos à revelia da organização da Marcha Antirracista. “Nossa preocupação hoje é resgatar os símbolos de igualdade. Queremos romper com a ideia de que o movimento negro é violento. O racismo e o preconceito que são violentos”, disse o professor Célio Jamaica.