Feirantes de Curitiba entregaram, nesta sexta-feira (8/5), 1,5 tonelada de alimentos não perecíveis para o programa Mesa Solidária da Prefeitura. Os produtos serão usados no preparo dos lanches distribuídos a pessoas em situação de rua. Além disso, a partir da próxima terça-feira (12/5), comerciantes das feiras da capital também vão participar de um projeto piloto de doação de hortifrutigranjeiros para o Mesa Solidária.
Lançado no fim de 2019, o Mesa Solidária é uma ação conjunta de vários órgãos do município, como Secretaria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (SMSAN), Fundação de Ação Social (FAS) e Secretaria Municipal de Defesa Social, que cedem espaços e apoio logístico, com instituições religiosas, organizações não-governamentais (ONGs) e movimentos de apoio às pessoas em situação de rua, que adquirem, preparam e servem os alimentos.
O secretário municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, Luiz Gusi, parabenizou os comerciantes das 89 feiras da capital pela iniciativa de fazer a doação dos alimentos.
“Apesar da queda das vendas os feirantes durante a pandemia, eles tiveram a solidariedade despertada e se uniram para fazer a aquisição dos itens”, afirmou o secretário.
As marmitas e lanches do Mesa Solidária são servidos gratuitamente, no contraturno, nos restaurantes populares do Capanema (das 19h às 21h) e da Matriz (das 16h às 18h). O atendimento é feito por equipes da Prefeitura e voluntários das 30 instituições parceiras. Atualmente, são servidos 750 lanches e marmitas diariamente para pessoas em situação de rua.
Sensibilização
Gusi contou que, desde abril, a Prefeitura tem feito um trabalho de sensibilização dos feirantes para a importância de toda a comunidade apoiar o Mesa Solidária, que oferece dignidade às pessoas em situação de rua, ao ofertar alimentação com qualidade em espaços limpos e mais confortáveis.
“Os comerciantes conheceram o programa e, antes mesmo de começarem a fornecer hortaliças e verduras para as refeições, tomaram a iniciativa de comprar os alimentos não perecíveis para a doação”, recordou. Foram entregues itens como macarrão, fubá, trigo, óleo e feijão. Este último, inclusive, produção dos próprios feirantes.
Com bancas nas feiras noturnas e gastronômicas da capital, Oswaldo Brasil afirmou que todos os comerciantes estão mobilizados para ajudar o município a reduzir os impactos da doença junto à população mais carente. “A gente conheceu o trabalho da Prefeitura e das entidades parceiras que estão no Mesa Solidária e estamos conscientes da importância de apoiar”, observou o feirante.
Voluntária do Terreiro Vovó Benta, Luciane Macedo contou que os alimentos doados pelos feirantes são fundamentais para a continuidade do preparo dos lanches fornecidos nos restaurantes populares. “Antes, estávamos conseguindo os alimentos com as doações voluntárias feitas pelas pessoas atendidas por nossas terapias. Mas com a pandemia, os tratamentos foram suspensos e dependemos de ações solidárias como dos feirantes”, explicou. Desde o fim do ano passado, o Terreiro Vovó Benta participa do Mesa Solidária.
Hortifrútis
A partir das próxima terça-feira (12/5), os feirantes de Curitiba também participam de um projeto-piloto de doação de hortifrutigranjeiros que perderam o padrão comercial para o Mesa Solidária. Serão hortaliças, legumes e verduras com algum tipo de ‘machucadinho’, além de folhas e talos descartados pelo consumidor na hora da compra, mas que são muito ricos em nutrientes. O projeto-piloto começa pela Feira do Rebouças, que ocorre das todas as terças, das 7h às 11h30, na Rua Nunes Machado.
Segundo Gusi, a parceria do Mesa Solidária com os feirantes da Feira do Rebouças segue a missão da Prefeitura de reduzir o desperdício e promover o aproveitamento integral dos alimentos. “Precisamos entender que alimento não é lixo. Não podemos jogar comida fora enquanto tanta gente passa fome”, comentou o secretário. Ele prevê que, nos próximos meses, outras feiras também façam doação de hortifrútis ao programa. Curitiba conta com feiras livres diurnas, livres noturnas, gastronômicas e orgânicas.