O ano está acabando, mas as lembranças estão vivas na seleção dos melhores momentos que envolveram a comunidade universitária
Muitos desafios, mas recheados de notícias boas. Assim foi o ano de 2023, que deixou registrada uma série de conquistas e esperança para o futuro, seja com a inauguração de espaços próprios – como o primeiro bloco de aulas no Campus Integração –, seja com a perspectiva de retomada de obras do campus Niemeyer ou com a implantação do Restaurante Universitário. É também o momento de fortalecimento de ações afirmativas na instituição, de gente se formando e de gente ingressando, de muita produção científica e de diversidade cultural no espaço universitário. Vem com a gente reviver um pouco desta história da qual você também fez parte:
Escolhida pela comunidade acadêmica em uma consulta pública na qual recebeu 54,98% dos votos, a professora Diana Araujo Pereira teve seu nome referendado pelo Conselho Universitário e se tornou, em 19 de maio, a segunda reitora eleita e a primeira mulher a estar à frente da Reitoria da UNILA. Resultado de um processo democrático iniciado meses antes, a eleição da chapa, que teve como candidato o vice-reitor Rodne Lima, foi antecedida por três debates, realizados nas três unidades da Universidade e com transmissão simultânea pelo canal oficial da Instituição no YouTube.
Nomeada em 14 de junho, por meio de decreto publicado do Diário Oficial da União, Diana Araujo Pereira foi empossada oficialmente em 4 de julho, em cerimônia com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Educação, Camilo Santana. Representativo da diversa comunidade unileira, o evento de posse contou com a presença de discentes e de egressos de vários países e etnias.
Demanda pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a retomada das obras do Campus Niemeyer foi oficializada em julho, na mesma cerimônia em que a nova reitora, Diana Araujo Pereira, foi empossada. Com um investimento de R$ 600 milhões, oriundos da Itaipu Binacional, a obra tem prazo de execução de três anos e incluirá o término do prédio principal, o bloco de salas de aula e o restaurante. “Nós vamos recuperar essa Universidade porque não tem nada mais barato no mundo do que financiar o jovem. Qualquer dinheiro que a gente colocar na educação vale a pena porque é investimento”, disse Lula.
Último projeto assinado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, falecido em dezembro de 2012, o campus da UNILA teve sua obra iniciada em julho de 2011, mas os trabalhos foram abandonados pela construtora em 2014, ação questionada pela UNILA na Justiça. Com a retomada da execução, a perspectiva é de que a sede seja mais um ponto turístico, em uma cidade que já tem a Itaipu e as Cataratas como atrações, uma vez que será mantido o que se convencionou a chamar “selo Niemeyer”.
A UNILA iniciou o ano de 2023 inaugurando seu primeiro bloco próprio para atividades acadêmicas. Em 12 de janeiro, no dia em que a comunidade universitária comemorava 13 anos da criação da Universidade, foi aberto oficialmente o Bloco de Aulas 1 do Campus Integração. A nova edificação começou a receber, em fevereiro, os alunos dos cursos ligados ao Instituto Latino-Americano de Economia, Sociedade e Política (ILAESP): Administração Pública e Políticas Públicas; Ciência Política e Sociologia; Ciências Econômicas – Economia, Integração e Desenvolvimento; Desenvolvimento Rural e Segurança Alimentar; Filosofia; Relações Internacionais e Integração; e Serviço Social. O edifício tem dois pavimentos e capacidade para atender 1.725 estudantes.
No ano de 2023, foi criada a Secretaria de Ações Afirmativas e Equidade (SECAFE), a unidade responsável por propor ações e discussões a respeito de temas como acessibilidade e inclusão da pessoa com deficiência; relações étnico-raciais e diversidade cultural; e equidade de gênero e diversidade.
Embora a SECAFE seja a gestora das políticas de Ações Afirmativas e Equidade de Gênero, a Secretaria irá atuar conjuntamente com outras unidades administrativas e acadêmicas da UNILA. A implantação da nova unidade também irá possibilitar a avaliação das políticas que a Universidade já implementou, gerando dados e análises que podem levar a modificações, a planejamentos e até a novos entendimentos.
A UNILA já formou a equipe da nova unidade administrativa, que, atualmente, está lotada na Reitoria. A expectativa é de que a implantação da SECAFE seja finalizada em 2024.
Considerado uma das mais antigas reivindicações da comunidade, a primeira unidade de Restaurante Universitário foi implementada no mês de outubro, no espaço já existente no Bloco 3 do PTI. O principal objetivo desta conquista é garantir a segurança alimentar e nutricional dos estudantes, visando à permanência destes na instituição. A oferta desse serviço foi possível com recursos do PNAES e complementação de custeio. Atualmente, o acesso à alimentação (almoço e jantar) custa R$ 4 para toda a comunidade estudantil que não recebe subsídio financeiro e R$ 2 para os que recebem o auxílio para este fim.
Para fazer as refeições, os estudantes têm que se deslocar até o restaurante já existente do PTI e, em função disso, mais ônibus foram disponibilizados para circular entre as unidades da UNILA – Jardim Universitário e Campus Integração – até a barreira da Itaipu Binacional. O projeto futuro, no entanto, prevê a criação de outras unidades nos demais campi da instituição.
A comunidade de Foz do Iguaçu e região passou a contar, em 2023, com mais duas opções de qualificação a nível de pós-graduação stricto sensu na UNILA, totalizando 13 programas de mestrado e 2 de doutorado na instituição. No mês de junho, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) aprovou a implantação de curso de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Integração Contemporânea da América Latina (PPGICAL) da UNILA. O Programa, que já conta com a modalidade mestrado desde 2014, tem o objetivo de formar profissionais capacitados para a elaboração de políticas públicas nacionais e regionais, por meio da formação teórica, do pensamento crítico e do desenvolvimento de uma perspectiva intelectual latino-americana. A primeira turma do doutorado do PPGICAL já foi selecionada e inicia suas atividades no primeiro semestre de 2024.
A Capes também aprovou, em julho, o primeiro mestrado profissional da UNILA. O Mestrado Profissional em Educação tem o objetivo de oferecer uma formação crítica para que, a partir da sua experiência prática, professores da educação básica possam aprimorar seus conhecimentos, propor e construir políticas educacionais, oferecer propostas educativas, realizar análises do currículo e produzir materiais didáticos que colaborem com o desenvolvimento de uma educação de qualidade. O programa aguarda a homologação pelo Ministério da Educação para iniciar o primeiro processo de seleção.
Alguns cursos da UNILA foram avaliados neste ano e obtiveram conceito 5 – em uma escala que varia de 1 a 5 – em avaliação para renovação de reconhecimento realizada pelo INEP. Cursos com conceito 5 são aqueles avaliados como de excelência, servindo como referência para os demais. Receberam o conceito 5, na UNILA, os cursos de Música; Química (Licenciatura); Mediação Cultural – Artes e Letras; Ciência Política e Sociologia; e Saúde Coletiva.
No processo de reconhecimento, realizado por docentes de outras instituições indicados pelo INEP, são avaliadas as seguintes dimensões: organização didático-pedagógica; corpo docente e tutorial; e infraestrutura. Entre os indicadores, estão políticas institucionais, objetivos do curso, perfil do egresso, estágio, titulação do corpo docente, experiência no exercício da docência, espaços de trabalho, salas de aula e laboratórios didáticos.
A consolidação de políticas é um passo importante para nortear as ações da Universidade e seus compromissos com toda a comunidade. Neste ano, importantes documentos foram aprovados pelo Conselho Universitário, após consultas públicas que garantiram a participação de todos para a construção desses documentos. No mês de maio, foi aprovada a Política de Ações Afirmativas, cujo objetivo é orientar ações e medidas a serem adotadas pela Universidade com vistas à promoção da igualdade ou da equidade de oportunidades a pessoas historicamente afetadas e invisibilizadas por violações de direitos, discriminações, desigualdades sociais, raciais e de gênero.
No segundo semestre do ano, foram aprovadas outras duas importantes políticas: a Linguística e a de Culturas. Num universo tão plurilíngue como o da UNILA, que já nasceu com o português e o espanhol em sua essência, a Política Linguística é fundamentada em uma série de objetivos, como garantir a democratização do acesso igualitário ao ensino de línguas em suas diversas modalidades e abordagens; e apoiar o processo de internacionalização da Universidade. Já a Política de Culturas solidifica o compromisso da UNILA em promover a integração de diferentes linguagens artísticas e práticas culturais como fundamentos da formação universitária. O documento também estabelece o papel da Universidade de fomentar o diálogo entre saberes acadêmicos e populares, democratizar o conhecimento e a interdisciplinaridade, além de engajar a UNILA no desenvolvimento regional.
Duas estudantes indígenas colaram grau nas cerimônias de formatura realizadas na UNILA neste ano. Yanderi Josefina Fernandez Hernandez pertence ao povo Wayuu da Colômbia e recebeu o título de bacharel em Relações Internacionais e Integração; e a Ticuna Nekinha Coelho, natural da região de Alto Solimões (AM), se formou em Antropologia – Diversidade Cultural Latino-Americana. Elas entraram na Universidade em 2020 e fazem parte da primeira turma do Processo Seletivo de Estudantes Indígenas (PSIN), seleção que anualmente oferta vagas para indígenas de todos os países da América Latina e do Caribe nos 29 cursos da instituição.
A UNILA conta com representantes de 28 povos indígenas em seu corpo estudantil. Com o PSIN, a instituição mais que dobrou o quantitativo de estudantes indígenas. Atualmente, conta com 153 alunos que ingressaram por essa seleção, que foi implantada em 2019. Os estudantes de origem Ticuna têm a maior representação, totalizando 114 matriculados.
Depois de dois anos em que a pandemia de Covid-19 dificultou a organização de eventos, 2023 foi marcado por uma série de seminários, festivais, congressos e feiras que movimentaram a Universidade; foram vitrine para atividades de pesquisa, ensino e extensão; e demonstraram todo o talento, a criatividade e a diversidade da comunidade unileira.
Destaca-se a Feira Ya La, a primeira edição da Feira do Livro da UNILA, organizada pela EDUNILA com o objetivo de dar visibilidade à produção da comunidade universitária, além de divulgar obras de escritores da região. A instituição também foi sede do 3º Congresso de Internacionalização da Educação Superior (CIES), evento simbólico em razão da expectativa de o Brasil retomar o protagonismo no Mercosul e no qual foi lançada a “Carta de Foz do Iguaçu”, com as demandas da internacionalização do ensino superior no bloco. Além disso, foi realizada mais uma edição do Festival de Culturas (FeCult), evento que reuniu diversas atrações que valorizaram a produção artística dos estudantes e contribuíram para o intercâmbio cultural entre os países da América Latina, com atividades nas áreas de cinema, poesia, dança, música e gastronomia.
E o mais importante evento científico da UNILA chegou à sua quinta edição. A Semana Integrada de Ensino, Pesquisa e Extensão (SIEPE) permitiu que discentes compartilhassem experiências e resultados obtidos em projetos de iniciação científica e tecnológica, ações de extensão e programas de ensino. Ao todo, foram 435 trabalhos apresentados. A Mostra de Cursos atraiu mais de três mil pessoas que vieram à UNILA para conhecer detalhes dos 29 cursos de graduação da Universidade, possibilitando a visita de estudantes de 40 turmas de colégios públicos e particulares da região.
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